Empresas da América Latina perdem US$ 2 bi por ano fora da web
O uso da internet como plataforma para o comércio nos países emergentes, realidade entre a maioria das grandes companhias, precisa crescer com urgência entre as pequenas e médias empresas (PMEs), segundo a diretora do Google para a América Latina, Adriana Noreña. De acordo com estimativa da empresa, a cada ano as PMEs latinas deixam de […]
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O uso da internet como plataforma para o comércio nos países emergentes, realidade entre a maioria das grandes companhias, precisa crescer com urgência entre as pequenas e médias empresas (PMEs), segundo a diretora do Google para a América Latina, Adriana Noreña. De acordo com estimativa da empresa, a cada ano as PMEs latinas deixam de ganhar US$ 2 bilhões por não estarem presentes na rede.
“Ter uma presença digital é um investimento pequeno que nem todas companhias perceberam que é essencial”, afirma Adriana. No Brasil, por exemplo, menos de 15% das PMEs – indústrias com menos de 500 funcionários e empresas de serviço ou comércio com menos de 100 empregados – disputam consumidores nas redes, de acordo com dados de estudo da consultoria McKinsey.
Adriana afirma que a região terá como desafio para os próximos anos se igualar aos índices de comércio eletrônico de países desenvolvidos, como os EUA. O valor do e-commerce para as PMEs os Estados Unidos é de 1,4% do produzido pelo setor, contra 0,3% na América Latina. O Brasil, com 0,6% está acima da média dos países vizinhos, mas ainda distante das pequenas e médias empresas americanas.
Por conta dessa janela de oportunidade, a região deve ser, ao lado de países emergentes da Ásia, a principal força para o crescimento da economia da rede em todo o mundo. O estímulo, segundo Adriana, está no exemplo das empresas que já utilizam a internet como catalizador. Segundo estudo do Boston Consulting Group, que avaliou resultados de 4,7 mil empresas nos 20 maiores países do mundo, em média as PMEs brasileiras com presença online tiveram crescimento total de vendas de 20% nos últimos três anos, oito pontos percentuais acima das que não investem na rede.
A diferença é ainda maior em países desenvolvidos: na Alemanha, houve crescimento de vendas de 18% entre as PMEs “digitalizadas”, contra apenas 4% entre as outras. Nos EUA, as pequenas e médias que estão na rede cresceram 10% em vendas, enquanto quem está fora da rede apurou queda de 5% nos últimos três anos.
O volume de vendas é apenas um dos fatores que devem estimular as pequenas e médias empresas a entrarem na rede. O estudo da McKinsey mostra que no México, por exemplo, além do crescimento nove vezes maior entre as companhias online, há um corte médio de 5% nos custos e aumento de 16% na produtividade.
A responsabilidade pelo atraso da América Latina na presença online em relação a países mais desenvolvidos se deve, de acordo com a representante do Google, não apenas a questões de burocracia por parte de políticas públicas ou falhas de estrutura física de rede.
“Precisamos desenvolver a cultura da internet nesses países, há uma necessidade de mais criação de conteúdo local em muitas áreas, além da implementação de um ecossistema que estimule o investimento na rede”, afirma.
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