A Solurb, que opera a coleta do lixo em Campo Grande, garantiu na tarde desta terça-feira (18) que há estrutura para que as pessoas que trabalhavam no lixão possam trabalhar em cooperativa nos galpões construídos no bairro .

Segundo o encarregado operacional Gustavo Pitaluga, da Solurb, os galpões estão quase prontos, assim como os vestiários e refeitório.

“Só falta terminar de cobrir um dos galpões, que deve terminar ainda hoje. A estrutura bpasica para quem quer trabalhar está pronta, mas eles precisam logo montar a cooperativa”.

Ele explica que a confusão de hoje não permitiu com que a reunião para explicar tudo o que vai acontecer na cooperativa acontecesse, sendo adiada para amanhã.

Maria Helena da Silva, de 60 anos, estava com o companheiro e mais três colegas conversando com o encarregado. Da confusão, somente eles ficaram para ouvir a proposta da empresa.

“Eu vim para o lixo no dia 3 de novembro de 1996, foi quando a minha vida mudou, eu perdi tudo. Graças a Deus, de lá para cá, comprei meu carro, minha moto e criei meu filho. Tenho uma renda de cerca de R$ 1.500 mensal, mas já chegou a R$ 2.400. Minha preocupação é em pagar as minhas contas, acredito que a cooperativa vá funcionar e eu vou conseguir me manter e manter meu filho”, declarou.

Na UTR (Unidade de Triagem e Recibo), já existe uma quantidade de resíduo reciclável para separação dos trabalhadores.

“Aqui eles vão distribuir igualmente conforme trabalharem, por dia de trabalho e com lucro de 100% para a cooperativa”.

Questionado sobre qual seria o problema para que as pessoas começassem logo a trabalhar, Gustavo acredita que é a organização da cooperativa. “É preciso montar edital, fazer tudo certo. Estamos aqui para tentar ajudar, dar suporte, profissionalizar. Mas é preciso que eles se reúnam e existem muitos líderes entre eles, cada um falando uma coisa diferente”.

Uma reunião para explicar como pode funcionar a UTR foi marcada para esta quarta-feira (19) às 8h30. A Solurb vai tratar de assuntos como horário de funcionamento, tirar dúvidas dos coletores e sobre uniformes para trabalho.

Vagas

A empresa afirma ainda que 438 pessoas se cadastraram para trabalhar, sendo que dessas, 93 teriam freqüência diária e mais cerca de 40 iriam trabalhar, mas que não vivem diretamente da reciclagem. “Temos capacidade para trabalhar com 150 pessoas, basta ter organização que todos conseguem dividir”, acredita Gustavo.

Confusão

Pela manhã, cinco pessoas foram levadas à para prestar depoimento porque, segundo a polícia militar, eles tentaram impedir a entrada de um caminhão de lixo no lixão. À tarde, mais três pessoas foram encaminhadas para a Depac Piratininga.

De acordo com o major Adilson, do 10° BPM, eles teriam atirado pedras na guarita da UTR. De acordo com a mulher de Fabrício Aquino, um dos detidos, Katiane, ele foi preso porque passava com um colega de moto pela região.

Moradores acreditavam que eles dois e mais um rapaz estariam detidos no galpão e se revoltaram em frente a UTR, mas a polícia militar explicou que eles foram encaminhados para a delegacia e conseguiu controlar o tumultuo.