Edmundo faz dois e comanda o Vasco em despedida com apagão e goleada por 9 a 1

A grande deficiência técnica de Edmundo ao longo de sua carreira, segundo o próprio, era cobrança de pênalti. Mas, em sua despedida oficial, ele superou até essa falha. Com grande atuação no primeiro tempo, o ex-jogador marcou dois gols – um deles cobrando penalidade – e comandou a goleada do Vasco sobre o Barcelona-EQU por […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

A grande deficiência técnica de Edmundo ao longo de sua carreira, segundo o próprio, era cobrança de pênalti. Mas, em sua despedida oficial, ele superou até essa falha. Com grande atuação no primeiro tempo, o ex-jogador marcou dois gols – um deles cobrando penalidade – e comandou a goleada do Vasco sobre o Barcelona-EQU por 9 a 1, nesta quarta-feira, em São Januário, para delírio dos torcedores, que fizeram uma bonita festa.

Antes da partida, o Animal não conseguia esconder a emoção. Com os olhos marejados, ele comentou a homenagem. “Passa um filme bacana de toda essa história no Vasco. Emoção muito grande. Vou ter que ter tranquilidade aqui para poder jogar. Estou muito feliz”.

Em seguida, o telão de São Januário mostrou os melhores momentos dele com a camisa do Vasco. O ídolo da Colina teve entrada triunfal, com uma longa queima de fogos, refletores apagados e luzes especiais focadas nele, sob gritos de “Ah, é Edmundo”. Já em campo, trocou a camisa com os dizeres “Obrigado, Vasco” por uma de jogo, com o número 10 nas costas, e, claro, beijou a cruz-de-malta carinhosamente.

As lágrimas eram inevitáveis. Em seguida, ouviu discurso do presidente Roberto Dinamite, recebeu a braçadeira de capitão de Juninho Pernambucano e cumprimentou os demais jogadores, que estavam perfilados no campo.

Com a bola rolando diante do adversário da final da Libertadores de 98, Edmundo não demorou a mostrar serviço. Bem fisicamente, ele fez boas jogadas e levou os torcedores à loucura. Aos 13 min, o camisa 10 abriu o placar. E do jeito que ele queria: de pênalti. Com cobranças perdidas marcantes na carreira, o Animal aproveitou que o juiz assinalou uma infração em cima de Thiago Feltri e converteu o “carma” com categoria: bola para um lado, goleiro para o outro.

Aos 34, veio o gol mais bonito. Fagner fez outra boa jogada pela direita e cruzou para Edmundo, que, de primeira, mandou para o fundo da rede. Na comemoração, Alecsandro se ajoelhou e fez gestos como se estivesse engraxando a chuteira do Animal. O homenageado, por sua vez, realizou sua tradicional comemoração, num misto de rebolado e sincronia com os braços. A torcida entoava a plenos pulmões: “O Animal voltou!”

Depois, Ascencio – único remanescente daquele time equatoriano de 98 – marcou, após falha de Dedé. Mas nada que atrapalhasse a festa dos torcedores, que ainda assistiram Juninho acertar o ângulo e fazer 4 a 1 antes do intervalo. Exausto, mas feliz, Edmundo admitiu que não esperava tanto.

“Não só os gols, porque vão ser apenas mais um, dois, mas esse carinho e essa energia não têm preço. Precisava disso na minha vida. Estou fechando com chave de ouro. Modéstia à parte, o atleta não desaprende. Mas, às vezes, a cabeça pensa e o corpo não acompanha. Mas o entrosamento com Felipe e Juninho, o lance de olhar e ir, isso ainda tem. O problema é acompanhar o ritmo do Eder, (Luis). A gente sai junto e ele chega 50 metros na frente. Não acreditava, não imaginava que fosse ser tão lindo”, festejou, depois de dar um beijo em Juninho.

O Vasco voltou para o segundo tempo com meio time diferente, para poupar seus principais jogadores. Mas o ritmo não diminuiu. Logo no primeiro minuto, o Vasco aumentou com Eder Luis, após passe de Felipe, que deu linda caneta no marcador, logo no primeiro minuto. Em seguida, no entanto, São Januário teve um apagão e ficou sem luz por cerca de 20 minutos.

No retorno, Edmundo colocou o pé no freio. Cansado, diminuiu a movimentação e começou a pedir mais a bola no pé. Então, assistiu à garotada continuar o massacre. Fellipe Bastos deixou o dele e homenageou o Animal na comemoração. Em seguida, o volante deu passe para Allan ampliar. Mesmo com o ídolo não repetindo a atuação do primeiro tempo, a torcida não para de gritar o tradicional canto “Ah, é Edmundo!”

Diego Souza também deixou o dele e, claro, homenageou o camisa 10. Na comemoração, reverenciou o Animal, que não tirava o sorriso do rosto. Aos 39, o dono da noite foi substituído para entrada de Willian Barbio. Com a bola do jogo debaixo do braço e aos prantos, Edmundo acenou muitas vezes para torcida, beijou o escudo novamente e ouviu o último grito: “Fica, Edmundo”. Ponto final da trajetória do Animal no Vasco. Mas o amor mútuo, pelo que se viu em São Januário, será eterno.

 

Conteúdos relacionados