Droga usada no tratamento da osteoporose pode causar problemas visuais

Os bifosfonatos orais, medicamentos comumente usados ​​para ajudar a prevenir a osteoporose podem aumentar o risco de uveíte, doença ocular inflamatória grave. Em casos raros, os doentes podem desenvolver cegueira, embora o tratamento médico imediato geralmente reverta os sintomas desagradáveis e perigosos das inflamações oculares.   Os dados, coletados por pesquisadores canaden…

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Os bifosfonatos orais, medicamentos comumente usados ​​para ajudar a prevenir a osteoporose podem aumentar o risco de uveíte, doença ocular inflamatória grave. Em casos raros, os doentes podem desenvolver cegueira, embora o tratamento médico imediato geralmente reverta os sintomas desagradáveis e perigosos das inflamações oculares.

 

Os dados, coletados por pesquisadores canadenses  foram publicados no Canadian Medical Association Journal. Segundo a pesquisa, – Inflammatory ocular adverse events with the use of oral bisphosphonates: a retrospective cohort study – o número absoluto de pessoas que sofrem  com este efeito colateral é baixo, mas  os oftalmologistas e os pacientes precisam estar alerta em relação a sintomas como dor, olhos vermelhos e visão embaçada em um ou ambos os olhos.

 

Os bifosfonatos orais, prescritos para aqueles que sofrem com osteoporose, já foram associados previamente a alterações no ritmo dos batimentos cardíacos e ao câncer de esôfago e de cólon. Desta vez, para investigar o papel dos bisfosfonatos no desenvolvimento das inflamações oculares, pesquisadores do Child and Family Research Institute  e da University of British Columbia, analisaram dados de 934,147 pessoas que tinham passado por uma consulta oftalmológica, entre 2000 e 2007. Deste total, 10.827  estavam usando a droga pela primeira vez e 923.320  não eram usuários da droga.

 

Segundo os autores do estudo, os usuários de bifosfonatos orais  apresentaram 45% mais probabilidade de desenvolver uveíte e  51%  mais propensão de desenvolver esclerite, quando comparados aos demais participantes do estudo. Ambos os riscos mantiveram-se estatisticamente significativos após ajustes adicionais para escore de propensão.

 

“O estudo canadense destaca a necessidade dos oftalmologistas informarem seus pacientes sobre os sinais e sintomas da esclerite e da uveíte, de modo que o tratamento imediato possa ser implementado precocemente, evitando outras complicações”, explica o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

 

Inflamações nos olhos

 

“A uveíte é a inflamação da camada interna vascularizada do olho, que em casos raros pode levar à cegueira, enquanto a esclerite é uma inflamação da parede do olho. Quando induzida por drogas, estas doenças inflamatórias oculares são geralmente reversíveis com tratamento imediato, empregando o uso de corticosteróides. Ao mesmo tempo, os pacientes são aconselhados a parar de tomar os bifosfonatos”, explica a oftalmologista Roberta Velletri, que também integra o corpo clínico do IMO.

O estudo canadense parece confirmar o que foi relatado anteriormente, em outras ocasiões, que a inflamação do olho é um efeito colateral adverso raro, mas já listado nas bulas em embalagens de  bifosfonatos  no Reino Unido, por exemplo.

 

“É importante dizer que o uso de bisfosfonatos é um tratamento seguro e muito eficaz  para a osteoporose, pois reduz o risco de fraturas no futuro. Mas se o paciente tem um problema ocular inflamatório pré-existente ou se desenvolver sintomas como diminuição da acuidade visual, olho vermelho ou dor ocular, ele deve discutir o uso deste medicamento também com seu oftalmologista”, diz Roberta Velletri.

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