O dólar comercial recuou pelo segundo dia seguido nesta quarta-feira (4), ampliando a forte queda da véspera diante da perspectiva de novas entradas de recursos externos. O movimento foi na contramão do clima de cautela no exterior, onde a moeda norte-americana subia ante várias moedas, entre elas o euro.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,25%, cotada a R$ 1,827 na venda. É a menor cotação de fechamento desde 9 de dezembro, quando o dólar era vendido a R$ 1,806.

Expectativa é de entrada de recursos no país
Tal qual na véspera -quando o dólar caiu 2,01%, maior baixa diária em dois meses- , profissionais do mercado atribuíram a queda na cotação às expectativas de mais ingressos de recursos ao país, depois de o Brasil voltar a emitir títulos soberanos com êxito.

A operação serve de referência para emissões de empresas, como a Vale (VALE5), que anunciou nesta quarta-feira a intenção de emitir bônus com vencimento em 2022.

“Se o mercado acha que vai entrar mais dólares, acaba se adiantando e vende (a moeda) a um preço melhor. Por isso a queda hoje”, afirmou o operador de câmbio da corretora Renascença José Carlos Amado.

Investidores acreditam que, caso a situação na Europa não se deteriore, o Brasil voltará a atrair volumosas quantias de capital neste ano, depois de em 2011 o país ter registrado o segundo maior ingresso líquido de dólares da história, atrás apenas do de 2007, segundo dados do Banco Central (BC).

Bolsas internacionais
As ações europeias caíram com um volume baixo de negócios, interrompendo quatro dias de ganhos, lideradas pelos bancos depois que o italiano UniCreditprecificou sua emissão de direitos com um enorme desconto, realçando a luta que o setor enfrenta para levantar fundos. 
 
Os papéis do UniCredit foram os de pior desempenho na Europa, em queda de 14,5%, depois de ter lançado uma emissão de direitos dois-por-um, de 7,5 bilhões de euros (US$ 9,8 bilhões), com um desconto de 69% em relação ao preço de fechamento das ações na terça-feira.
 
As Bolsas de Valores da Ásia subiram, impulsionadas pelo retorno do apetite de investidores que se sentiram confiantes com dados econômicos melhores dos Estados Unidos e da Europa, que melhoraram a perspectiva de crescimento global.
O indicador de Bolsas da Ásia acumulou baixa de 18% em 2011, ficando abaixo do desempenho do S&P 500, que encerrou o ano praticamente estável, e do índice europeu, que caiu 11%.

Com informações da Reuters