O Banco Central voltou a atuar no mercado por meio de dois leilões de swap cambial tradicional (contratos que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro). Esta é a segunda sessão desde junho deste ano em que a autoridade monetária faz uma atuação desse tipo. Desta vez, foi vendido um total de US$ 2,086 bilhões em contratos de swap cambial tradicional.

Essa ação deu força à corrente dos que acreditam que o teto da banda informal passou a ser de R$ 2,15. E foi capaz de inverter a trajetória de alta da moeda americana, que passou a operar em baixa após os leilões. Por volta de 15h25, o dólar comercial caía 0,56%, para R$ 2,119. No mercado futuro, o contrato para janeiro de 2013 perdia 0,90%, para R$ 2,127.

Mas não está descartado um avanço ainda mais ousado, perto de R$ 2,30, para a cotação. Isso por causa da preocupação crescente com a indústria, que não reage mesmo depois de vários estímulos concedidos, tanto monetários como fiscais. O câmbio, afirmou o governo, é uma das armas disponíveis para tornar o setor produtivo mais competitivo.

Como consequência, o mercado passa a ver uma inflação mais salgada no longo prazo. O crescimento pálido de 0,60% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre reforça a visão de que os juros ficarão inalterados até o fim de 2013. Esse quadro, aliado à desvalorização cambial, acende a luz amarela para a inflação.

Para as taxas dos juros futuros, no entanto, o movimento ainda é de queda, por causa dos números do PIB. O recuo das taxas é ainda mais intenso nos contratos mais curtos, com vencimento até janeiro de 2014, que captam melhor a expectativa para o rumo da política monetária em 2013.

Nesta tarde na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 tem taxa de 7,16%, de 7,21%. DI janeiro/2017 caiu de 8,71% para 8,69%.

Já as bolsas, que operaram em alta firme durante boa parte da manhã, reduziram os ganhos e chegaram a operar perto da estabilidade. A valorização mais cedo estava baseada em dados industriais positivos, com destaque para índices dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China, que avançou para 50,5 pontos em novembro indicando expansão da atividade.

Porém, nos Estados Unidos, o índice dos gerentes de compras para o setor industrial caiu de 51,7 pontos em outubro para 49,5 pontos em novembro e ficou aquém da previsão média dos analistas. Além disso, as dúvidas sobre a questão fiscal americana seguem no horizonte, limitando o entusiasmo dos investidores.

Depois de praticamente zerar os ganhos em linha com o comportamento sem tendência de Wall Street, o Ibovespa voltava a subir com força, ganhando 1,40%, para 58.279 pontos. Na Europa, os índices de ações se situavam em terreno positivo.

Entre as ações mais líquidas da bolsa brasileira, Vale PNA perde 0,38%, para R$ 36,56. Petrobras PN sobe 1,45%, para R$ 18,93; OGX PN operava estável, a R$ 4,34; Itaú PN tem valorização de 2,99%, para R$ 33,08; e Bradesco PN ganha 1,16%, para R$ 35,90.