O dólar encerrou estável ante o real nesta segunda-feira, anulando os ganhos registrados durante a maior parte do pregão, pois investidores ficaram cautelosos antes do feriado que deixará as principais praças financeiras do país fechadas na próxima sessão. O dólar encerrou estável, a R$ 2,0817 na venda, perto da máxima da sessão de R$ 2,0840, mantendo-se na maior cotação desde 15 de maio de 2009, quando fechou a R$ 2,109 na venda.

O mercado de câmbio seguirá operando na terça-feira, mas o fechamento da BM&FBovespa e de corretoras em São Paulo e no Rio de Janeiro deverá reduzir drasticamente o volume de negócios, o que pode deixar a moeda americana sujeita a oscilações bruscas.

Normalmente, as variações do dólar são muito pequenas nessas circunstâncias, mas alguns analistas não descartam oscilações mais acentuadas no caso de operações de maior porte.

O volume do mercado de câmbio também foi limitado nesta sessão devido à ausência de muitos agentes entre os feriados da última quinta-feira e desta terça-feira. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 970 milhões, bem abaixo do volume de US$ 1,5 bilhão registrado na sexta-feira.

“O mercado está buscando se resguardar antes de outro feriado, porque isso atrapalha qualquer posicionamento”, afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. “Quando há feriado os mercados ficam sem rumo, então o dólar pode abrir a R$ 2,10 amanhã sem problema”, emendou.

Um arranque nas cotações poderia forçar o Banco Central a intervir no mercado de câmbio para evitar que a moeda ultrapasse o teto informal de R$ 2,10, a fim de segurar possíveis repasses à inflação. “O dólar alto é bom, mas muito alto atrapalha. O BC tem uma política monetária para não comprometer a inflação,” disse Galhardo, citando a banda informal de R$ 2,0 a R$ 2,10 em que o dólar vem sido negociado nos últimos meses.

O operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold avalia que o BC deverá continuar atento ao teto de R$ 2,10, mas que sua atuação dependerá da velocidade dos ganhos da moeda americana. “Pode ser que o BC entre se o dólar chegar mais perto de R$ 2,10, mas mais no caso de um movimento muito acentuado e não necessariamente para defender um patamar especifico”, disse Trabbold.

Mais cedo, a divisa chegou a cair 0,60%, para R$ 2,0693 na venda, acompanhando uma melhora do sentimento nas praças internacionais devido a sinais de progresso nas negociações do chamado “abismo fiscal” dos Estados Unidos.

No exterior, o dólar mantinha a tendência de queda e caía 0,48% em relação a uma cesta de moedas, enquanto o euro avançava 0,50% frente à divisa dos Estados Unidos.