Teve início na tarde desta quinta-feira o julgamento dos assassinos do gráfico do Jornal O Progresso e entregador de jornais no Correio do Estado, Edirceu de Oliveira, morto friamente em Julho de 2010.

No julgamento os familiares, muito abalados, usavam camisetas com o retrato da vítima e estampado em baixo, a palavra “Justiça”. Esposa, mãe, parentes e amigos todos estavam presentes no Tribunal do Júri do Fórum de Dourados para saber o veredito do juiz.

Em depoimento Leandro Apolinário da Silva, um dos acusados de ser o assassino do trabalhador, se contradiz em relação aos anteriores, inclusive diz que o comparsa Roberto Rivelino Brunel Aguilera não estava presente quando cometeu o crime. Porém em seu depoimento, Roberto conta que estava junto e ouviu quando o amigo atirou em Edirceu.

Leandro relatou ainda que confundiu Edirceu com outra pessoa que o ameaçava de morte. E que atirou na vítima de uma grande distancia, dando ao homem a chance de fugir.

Porém de acordo com o juiz, relatórios dos peritos apontaram que o tiro foi à queima-roupa na lateral da cabeça de Edirceu.

Kelly Barbosa, sobrinha da vítima comenta que Leandro não conhecia seu tio, mas Roberto sim, e que jogavam futebol juntos “Eu não tenho certeza se a justiça será feita hoje, mas espero que sim, pela honra do meu tio e de toda a família, espero que sejam condenados e paguem pelo crime que cometeram” desabafa a sobrinha.

Se forem condenados, Leandro e Roberto podem pegar pena de 12 a 30 anos de detenção. O veredito final deve ser divulgado na noite desta quinta-feira, após o juiz ouvir os promotores, os advogados de defesas e acusação.

O Crime

No dia da morte, a vítima saiu de casa pela manhã, quando parou para acender um cigarro na Rua W-11, no Jardim Água Boa, quando foi abordada pelos acusados. Leandro, também conhecido como ‘Correria’, pediu um isqueiro ao gráfico que não o atendeu e acabou assassinado à queima roupa com dois tiros na nuca.

Em seu primeiro depoimento Leandro disse que atirou porque estava abalado com o rompimento de um relacionamento.

“Horas antes ele havia terminado com a namorada e alterado, disse que caso ela não reatasse o relacionamento, iria matar o primeiro que aparecesse na frente. O criminoso já havia planejado tudo e saiu armado. Ele se entregou dias depois, já o comparsa (preso em agosto de 2011), foi incriminado por ‘adesão psicológica’, ou seja, ela estimulou a ação”, observou Humberto.