Disputa pelo comando do PT expõe fragilidade da união de Zeca e Delcídio

Os deputados estaduais Paulo Duarte e Pedro Kemp, ambos do PT, concordaram, nesta terça-feira (19), que a disputa extemporânea pelo comando do partido expos a fragilidade da união entre os grupos do ex-governador Zeca do PT e do senador Delcídio do Amaral. Eles ainda criticaram o ex-governador por levantar o assunto antes do prazo, ameaçando o desempenho dos petistas nas eleições municipais.

Na última sexta-feira (15), Zeca apenas cogitou a possibilidade de disputar o comando do partido nas eleições internas de novembro de 2013. A afirmação deixou Delcídio irritado e arrancou críticas do atual presidente do PT, Marcus Garcia.

“Isso mostra que a unidade do PT é muito frágil”, concluiu Pedro Kemp. Para ele, isso é resultado da falta de confiança entre as estrelas petistas. “Qualquer debate abre crise por causar desconfiança”, pontuou.

Na visão do deputado, faltou base para construir a pacificação. “A unidade precisa ser construída em cima de gestos, de ações concretas, mas o que a gente vê é um para um lado e outro, para outro lado”, ressaltou. “Dia 7 de outubro dirá o impacto disso ao revelar o tamanho do PT pós-eleições”, completou Duarte.

Sem noção

Kemp e Duarte também concordaram que a atitude do ex-governador de antecipar o debate foi sem noção. “Não entendo porque levantar esse debate agora, no meio de uma eleição municipal, me recuso a discutir isso”, afirmou Kemp. “O Zeca não é candidato a vereador, então que cuide disso agora”, emendou.

Duarte também criticou o correligionário. “O Zeca tem todo o direito de querer ser presidente do PT, mas o momento para discutir isso é lá em novembro de 2013”, disse. “Ele está queimando etapas”, finalizou.