O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu rebateu na manhã desta terça-feira as acusações de Marcos Valério, publicadas na edição de hoje do Estado de S. Paulo. Segundo a reportagem do jornal, o empresário Marcos Valério revelou, em depoimento à Procuradoria-Geral da República, a realização de uma reunião em 2003, envolvendo José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, no segundo andar do Palácio do Planalto.

De acordo com a versão do delator, no encontro os petistas acertaram que Valério fecharia empréstimos com bancos para ajudar a financiar o esquema do .

Nessa primeira etapa, Dirceu teria autorizado a pegar até R$ 10 milhões emprestados. Terminada a reunião, os três teriam subido por uma escada que levava ao gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lá, na presença do presidente, passaram três minutos. O acerto firmado minutos antes, ainda segundo a publicação, teria sido relatado ao presidente. De acordo com Valério, Lula deu um “ok”.

Após tomar conhecimento da reportagem, Dirceu publicou em seu blog uma nota feita por seu advogado, José Luis Oliveira Lima, negando a existência de tal encontro. O advogado nega também a existência de qualquer ameaça sofrida por Dirceu por parte do empresário Ronan Maria Pinto.

Segundo o jornal, o PT teria pedido R$ 6 milhões para que o Ronan parasse de chantagear o ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho e José Dirceu. Por trás das ameaças, estaria a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), executado em janeiro de 2002. Veja a nota na íntegra:

“A prova testemunhal e documental produzida na Ação Penal 470 (mensalão) demonstrou de maneira cabal que a nova declaração de Marcos Valério não tem qualquer procedência. O ex-ministro José Dirceu jamais se reuniu com Marcos Valério, com o ex-presidente Lula e Delúbio Soares no Palácio do Planalto, bem como nunca conversou qualquer assunto com ele (Valério), muito menos a respeito de financiamentos de campanhas.

José Dirceu jamais foi ameaçado por Ronan Maria Pinto. A quebra do sigilo fiscal e telefônico do ex-ministro deixou patente a ausência de relação com Marcos Valério”, diz a nota.