Dilma convida Brizola Neto para o Ministério do Trabalho
A presidente Dilma Rousseff (PT) convidou o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para ser o novo ministro do Trabalho, revelam interlocutores próximos ao deputado. A escolha ainda vai passar pelo crivo do presidente da legenda, Carlos Lupi. O cargo está sendo ocupado interinamente desde novembro por Paulo Roberto Pinto, quando Lupi foi demitido por denúncias de […]
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A presidente Dilma Rousseff (PT) convidou o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para ser o novo ministro do Trabalho, revelam interlocutores próximos ao deputado. A escolha ainda vai passar pelo crivo do presidente da legenda, Carlos Lupi. O cargo está sendo ocupado interinamente desde novembro por Paulo Roberto Pinto, quando Lupi foi demitido por denúncias de corrupção.
O nome de Brizola Neto ainda não foi divulgado oficialmente porque Dilma precisa conversar com Lupi e enfrenta rejeição de setores do partido. Na última sexta-feira, mesmo dia em que demitiu Afonso Florence do ministério do Desenvolvimento Agrário, a presidente recebeu Brizola Neto para tratar da sucessão no comando do Trabalho.
Na época da queda de Lupi, havia rumores de que o PDT poderia perder o comando da pasta e por isso Dilma teria colocado o secretário-executivo como ministro interino para que pudesse fazer uma manobra mais ousada. A legenda conseguiu manter o ministério. Brizola Neto tem apoio da ala sindical do partido.
Ele é filiado ao PDT desde 1997 e está na Câmara dos Deputados desde 2007. Em 2011, ele voltou ao mandato como parlamentar como suplente do deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ).
A queda de Lupi
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão no dia 4 de dezembro, cerca de um mês após denúncias de que seus assessores cobrariam propina de organizações não governamentais (ONGs) conveniadas com a pasta e de que teria ocupado cargo-fantasma na Câmara dos Deputados por seis anos. No governo federal desde 2007, Lupi culpou a “perseguição política e pessoal da mídia” por sua saída.
A crise começou no início de novembro, quando a revista Veja publicou que funcionários do ministério estavam envolvidos em um suposto esquema de cobrança de propina de ONGs conveniadas com a pasta comandada pelo ministro. Segundo a publicação, entidades tinham o repasse bloqueado após problemas com a fiscalização. Assessores de Lupi, então, procuravam os dirigentes para resolver o problema cobrando propinas de 5% a 15%. Na ocasião, Lupi disse que irregularidades de funcionários, se existiam, não podiam ser atribuídas a ele, pedindo investigação do caso.
Mas o escândalo se ampliou quando o ministro teve que ir ao Congresso explicar uma viagem no avião do empresário dono da ONG Pró-Cerrado, que tem convênios de R$ 14 milhões com o Trabalho, para cumprir agenda no Maranhão. Inicialmente, o ministro negou conhecer Adair Meira, mas voltou atrás depois de ter fotos divulgadas ao lado dele. Lupi argumentou ter dito apenas que não mantinha “relações pessoais” com Meira.
Na última semana antes de deixar o cargo, o jornal Folha de S. Paulo, denunciou que o ministro foi lotado na liderança do PDT por seis anos, mas no período exerceu atividades partidárias como vice-presidente da sigla. As normas da administração pública dizem que ocupantes desses cargos devem exercer funções técnicas e precisam trabalhar nos gabinetes. Apesar do apoio do partido e da vontade da presidente Dilma Rousseff em não perder mais um ministro para denúncias de corrupção, a permanência de Lupi no comando da pasta se tornou insustentável após a Comissão de Ética Pública aplicar, por unanimidade, uma advertência e recomendar sua demissão.
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