Em meio a uma sucessão de blecautes de grandes proporções que tem atingido municípios de todo o País, a presidente Dilma Rousseff disse que “é ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento”. Segundo ela, todas as falhas no setor foram humanas e o setor elétrico deve ser “implacável” com os apagões.

“Para o consumidor, uma queda de energia de 3 mil megawatts ou de 5 mil megawatts dá na mesma, porque ele está sem energia e porque o seu aparelho queimou. O sistema elétrico tem de ser implacável com as interrupções, sejam do tamanho que for”, disse a presidente.

“A tendência é transferir a falha para um motivo que não seja humano”, afirmou, garantindo que ao não se antecipar ou fazer planejamentos, o setor assume o risco de blecaute, o que ela classifica como “falha humana”.

Mesmo assim, a presidente admitiu que outras interrupções venham a ocorrer. “Haverá risco de interrupção, o que não pode ter é ruptura do sistema. Eles (o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS) vão dizer isso e eles têm razão. Nós, no caso da transmissão, somos vítimas e portanto temos de nos preparar. O sistema tem de ter bloqueio, tem de ter proteção, tem que ter desligamentos localizados, um grau de precisão de proteção elevado”, afirmou.

Dilma rechaçou a explicação de que algumas interrupções no abastecimento tenham sido provocadas por queda de raios. Em café da manhã com jornalistas que cobrem Presidência, Dilma chegou a se levantar e mostrar uma série de imagens de satélite com incidências de descargas elétricas nos dias 23, 24 e 25 de dezembro.

“Se disserem para vocês que a um raio desligou o sistema, gargalhem”, disse a presidente. “Não é sério dizer que o sistema caiu por causa de um raio. Raio cai todo dia neste País”, acrescentou. A explicação de que raios derrubaram a rede elétrica foi dada pelo Ministério de Minas e Energia e pelo ONS.

Para o futuro, Dilma prometeu ampliar investimentos e manutenção da rede elétrica. “Hoje podemos fazer a melhor manutenção possível, porque temos recursos”, garantiu. Segundo a própria presidente, o Brasil conta com 106 mil quilômetros em linhas de transmissão e um parque gerador com 121 mil megawatts de capacidade instalada.