Dezenas de milhares vão às ruas em protestos pelo mundo
Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de vários países do mundo para protestar contra medidas de austeridade e a crise ecônomica. Os protestos ocorreram em várias cidades da Espanha, em Nova York, Moscou, na Rússia, Atenas, na Grécia, Frankfurt, na Alemanha, e Londres. Leia também: Câmera da Nasa captura ‘bola de fogo’ no […]
Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de vários países do mundo para protestar contra medidas de austeridade e a crise ecônomica.
Os protestos ocorreram em várias cidades da Espanha, em Nova York, Moscou, na Rússia, Atenas, na Grécia, Frankfurt, na Alemanha, e Londres.
Na Espanha, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades para marcar o aniversário de um ano do Movimento Indignados.
No centro da capital, Madri, os manifestantes continuaram na praça Puerta del Sol durante a noite de sábado, apesar do prazo dado pela polícia, até a meia-noite, para a desocupação da praça.
Em 2011, o Movimento Indignados estabeleceu um acampamento na praça, mas as autoridades afirmaram que, neste sábado, iriam impedir que os manifestantes passassem a noite no local. Cerca de 2 mil policiais da tropa de choque foram para a praça, mas até o fim da noite de sábado, não tinham feito nenhum movimento para dispersar os manifestantes.
Segundo o correspondente da BBC em Madri Guy Hedgecoe, o clima era festivo e, além de jovens, aposentados e famílias também participaram da manifestação.
“O objetivo de hoje é recuperar os espaços públicos”, disse a manifestante Sofia Ruiz à agência de notícias Reuters.
“Também é uma forma de celebrar o fato de existirmos há um ano e que vamos estar aqui até que o sistema mude, que sejamos ouvidos ou que eles levem em conta nossas reivindicações”, acrescentou.
Em Barcelona cerca de 45 mil pessoas foram às ruas, segundo a polícia. Os organizadores do protesto afirmam que o número de manifestantes chegou a centenas de milhares.
Um dos manifestantes de Barcelona, Jose Helmandez, disse à BBC que é doutor em genética e biologia molecular, mas não conseguiu encontrar emprego em sua área.
“Muitas pessoas estão saindo do país para procurar trabalho, mesmo se elas acabam não fazendo algo para o qual são qualificadas. Eu estava na França, mas voltei para a Espanha há quase dois anos e tudo o que encontrei foram empregos temporários”, disse.
Crise e críticas
O Movimento Indignados foi formado devido ao impacto da pior crise econômica das últimas décadas na Espanha.
De acordo com Guy Hedgecoe o desemprego na Espanha é de mais de 24% e a economia do país está em recessão.
Alguns setores da sociedade espanhola criticaram os Indignados devido ao fato de os protestos terem tido pouco impacto na política espanhola no último ano.
O governo do primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy, eleito em novembro de 2011, introduziu cortes orçamentários e aumentos de impostos.
Rajoy também anunciou a desregulamentação do mercado de trabalho, o que gerou insatisfação entre os sindicatos do país.
O correspondente da BBC em Madri afirma que os Indignados são contra o programa de austeridade do governo e vão passar os próximos dias debatendo formas de fazer com que os líderes econômicos e políticos da Espanha sejam mais responsáveis por suas medidas.
Outras cidades
Protestos parecidos com os ocorridos na Espanha também foram realizados neste sábado em várias cidades do mundo, como parte de um dia de ação global. Alguns destes protestos foram organizados pelo movimento Occupy.
Em Londres, centenas de manifestantes se reuniram em frente à catedral de St. Paul, onde um acampamento de manifestantes foi removido em fevereiro. O protesto então se dirigiu para o distrito financeiro da capital britânica.
A polícia prendeu mais de dez pessoas que tentaram ir até o Banco da Inglaterra.
Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Moscou, na Rússia, Nova York e Atenas, na Grécia.
Protestos menores também ocorreram em Lisboa e no centro financeiro da Alemanha, Frankfurt.
Cerca de mil pessoas também fizeram uma manifestação em Tel Aviv, Israel, contra o aumento do custo de vida. Outras cidades israelenses também teriam tido protestos.
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