O caso de desaparecimento de uma menina de 9 anos, encontrada quatro horas depois na casa de uma colega, na quarta-feira, 12 de setembro, serviu para reforçar o alerta para pais e direção de escolas em Corumbá. O da criança deixou a família desesperada e a Polícia foi acionada para procurá-la. No final, tudo ficou bem, pois a menina havia saído da direto para a casa da amiguinha.

No entanto, a delegada Priscila Anuda Quarti Vieira, titular da de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso de Corumbá (DAIJI), informou que ao menos uma vez por semana, há o registro de casos como esse, de crianças que desaparecem em trajetos para casa de familiares, de escola e de programas sociais.

“Os pais tem o dever e a obrigação de cuidar dos filhos, menores de 12 anos de idade. Se esses pais não podem levar seus filhos para a escola, para os cursos, casas de parentes, que eles indiquem outra pessoa que seja maior de idade, responsável e de confiança para cuidar do filho. É o que devem fazer. Caso os pais deixem essa criança sozinha, por sua própria responsabilidade, eles podem ser indiciados por negligência”, alertou a delegada.

A região de fronteira é outra questão que preocupa. “Não podemos exigir que uma criança de nove anos de idade saia da escola e vá diretamente para casa, pois ela não tem maturidade para isso. Os pais e toda a população devem estar alertas, porque sabemos que a fronteira Brasil-Bolívia não é guarnecida o suficiente para evitar 24 horas que esse tipo de situação ocorra. Nossa região é de acesso à crimes fronteiriços, de tráfico e exploração de pessoas, principalmente de mulheres e crianças”, frisou.

Uma providência tomada pela DAIJI, após o último registro de desaparecimento infantil, é a notificação das Secretarias de Educação do Município e do Estado, para que as mesmas encaminhem orientação para cada unidade escolar e que elas só liberem as crianças para os responsáveis, ou seja, nenhuma criança será liberada do prédio escolar sem acompanhamento de um adulto (pais ou nomeado pelos pais).

“Corumbá tem a cultura de ser uma cidade tranquila, mas a população deve ter em mente, que a cidade cresceu, que a modernidade e várias empresas modificaram o cenário local. Por isso a cada dia que passa, mais devemos cuidar de nossa segurança, de nossos lares e principalmente de nossas crianças, pois deixar uma criança sozinha, pode propiciar oportunidade a um criminoso”, concluiu Priscila Vieira.

Um caso que até hoje não foi esclarecido é o da menina Lívia Gonçalves Alves, que desapareceu em 13 de junho de 2010, quando ela tinha sete anos de idade. Dois anos se passaram, suspeitos chegaram a ser presos, porém, o paradeiro da criança não foi descoberto e o caso segue sob investigação.