O senador Delcídio do Amaral (PT) não vê motivos para censurar depoimento de Dagoberto Nogueira (PDT) sobre as práticas políticas do governador André Puccinelli (PMDB) por ser um “discurso público” e “refletir o que está acontecendo na eleição em Campo Grande”.

No vídeo, censurado por decisão do juiz da 53ª zona eleitoral, Alexandre Corrêa Leite, a pedido da coligação de Edson Giroto (PMDB), Dagoberto declara que Puccinelli é capaz de qualquer coisa para derrubar seus adversários políticos. A censura atendeu o argumento de que a gravação é “desatualizada” e equivale “a propaganda negativa” contra os candidatos governistas.

“Basta ver o número de denúncias, as promessas de vantagens financeiras, a pressão, panfletos apócrifos e vídeos adulterados para atestar que o vídeo é absolutamente real e reflete a realidade da eleição em Campo Grande”, avaliou Delcídio.

Neste sentido, ele aproveitou para apelar pelo fim de práticas irregulares na campanha eleitoral. “Espero que este tipo de prática desapareça de Mato Grosso do Sul, pois ninguém mais aguenta política feita dessa maneira”, defendeu.

O senador frisou ainda ser contra a censura de um “discurso público”.  “A decisão é no mínimo esdrúxula, pois o debate ocorreu em uma Casa pública, está nos anais da Câmara dos Deputados”, ponderou.

O depoimento de Dagoberto ocorreu em 2010, durante sobre a Operação Vintém que apura suposta armação de crime eleitoral para impedir a reeleição do então deputado estadual Semy Ferraz, desafeto de Puccinelli por desferir duras a ele na tribuna da Assembleia Legislativa.