Defensor público defende escolas integrais como solução para menor infrator

Menores da Unei estiveram na sede da Ciptran participando de palestras e conhecendo o sistema do policiamento de trânsito

O defensor público da Vara da Infância e Juventude, Eugênio Luiz Dameão defende a construção de escolas integrais como forma eficiente de política pública no combate ao número de infrações cometido por adolescentes.

Eugênio Luiz é contra a diminuição da maioridade penal, já que, segundo ele, prender menor junto com adultos em penitenciárias que não realizam a sócio- reeducação só agrava o problema.

O representante da Vara da Infância e Juventude estava na manhã desta quinta-feira (15) na Ciptran (Companhia Independente de Polícia Militar de Trânsito) onde 14 jovens das Uneis (Unidades Educacionais de Internação), Dom Bosco, Novo Caminho, Tuiuú e Estrela da Manhã, participaram do programa “Portas Abertas”, que recebe escolas com o objetivo de tornar mais transparente as ações desempenhadas pela Cipran.

Os jovens lancharam, escutaram a banda da PM e assistiram uma palestra de conscientização no trânsito.

“Hoje o sistema carcerário do País tem 500 mil presos, entre homens e mulheres, cada um custa R$ 2 mil ao Estado, o custo mensal é de R$ 1 bilhão e por ano R$ 12 bilhões, além desse valor que aumentaria não reeducaria ninguém”, diz Dameão.

“Outro fator é a estrutura familiar, 70% dos adolescentes não tem um dos genitores, ou seja, pai ou mãe. E, na sua maioria um deles tem que trabalhar enquanto o filho fica em casa assistindo TV. É lógico que ele não vai ficar o dia inteiro em casa e assim vai para a rua”.

Segundo a delegada da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância) Maria de Lourdes Cano, o principal motivo dos casos que chegam a sua delegacia é o envolvimento com drogas.

“Em casos de delitos considerados mais leves o adolescente age sozinho, já nos mais graves como roubo, assalto e sequestro com cárcere privado, na sua maioria tem um adulto envolvido”, argumenta à delegada.

“Eu tava precisando de dinheiro”, diz um jovem de 17 anos que já foi apreendido por roubo e tráfico de drogas. “Quero sair e arrumar um emprego”.

“Penso na minha mãe, vou trabalhar como eletricista, mecânico, qualquer coisa”, diz outro adolescente também de 17 anos, que foi pego no momento em que tentava roubar uma caminhonete.

“Me deu um tapa na cara”, conta outro jovem, justificando um homicídio doloso na forma tentada realizado em 2011. “Trabalho na construção civil desde os nove anos, vou sair, ficar ‘de boa’ e cuidar do meu filho de seis meses”.