Depois de um péssimo primeiro tempo, em que os dois times priorizaram a marcação e se ‘esqueceram de atacar’, o Cruzeiro melhorou um pouco na segunda etapa, o suficiente para vencer a Portuguesa, por 2 a 0, na noite desta quarta-feira, no Canindé, em São Paulo. Com o resultado, a equipe celeste interrompeu sequência de três derrotas consecutivas, enquanto a Lusa sofreu o seu terceiro revés seguido e já não ganha há quatro partidas, com um empate e três derrotas.

Depois de três rodadas sem pontuar, o Cruzeiro comprovou o fato de ser um dos melhores visitantes do Brasileirão e chegou aos 10 pontos em 15 pontos disputados fora de casa. O triunfo celeste foi iniciado com gol de pênalti, marcado por Wellington Paulista, aos 33 min. Rogério, que fez a penalidade máxima sobre Borges, foi expulso e o clube mineiro aproveitou a vantagem numérica e fez o segundo, aos 38 min, por meio de Diego Renan. O time celeste foi a 17 pontos, aproximando-se do G4.

Já a Portuguesa corre o risco de terminar a 10ª rodada na zona de rebaixamento, pois se manteve com oito pontos. Para ficar fora da área de degola, a Lusa depende de derrotas de pelo menos dois dos três concorrentes mais diretos: Bahia (sete pontos), Coritiba (sete) e Figueirense (oito), que enfrentarão Fluminense, Bahia e Atlético-GO, nesta quinta-feira.

Insatisfeito com a “pior atuação” sob o seu comando, na derrota para o Grêmio, por 3 a 1, Celso Roth fez três mudanças no sistema defensivo do Cruzeiro. Ceará fez sua estreia na lateral direita, Rafael Donato entrou na zaga na vaga de Mateus, e Willian Magrão, que não atuou por força contratual, na última partida, voltou ao time no lugar de Marcelo Oliveira. Diego Renan saiu da direita e passou a esquerda, com a saída do time de Everton, que perdeu lugar até mesmo no banco de reservas.

Pelo lado da Portuguesa, o técnico Geninho teve um desfalque de última hora. Ananias, que tinha sido elogiado por Celso Roth, foi diagnosticado com amigdalite e foi vetado. “Bom para nós”, reagiu Celso Roth, ao ser indagado sobre a baixa do adversário, antes do início do jogo. O lugar de Ananias foi ocupado por Diego Viana. “São coisas que o inverno trás de vez em quando, ele amanheceu com amigdalite, com febre muito alta. Muda um pouco a maneira de jogar”, comentou o treinador da Lusa.

O jogo começou truncado, especialmente pelo Cruzeiro, que em 10 minutos tinha cometido cinco faltas, contra uma da Portuguesa, de acordo com levantamento do Datafolha. Tecnicamente o início de jogo era fraco, com muitos chutões, tentativas de ligação direta e passes errados. As primeiras finalizações também não levavam perigo aos dois goleiros. Moisés, em cobrança de falta, acertou o alvo, mas bateu fraco, facilitando a defesa de Fábio. Já o Cruzeiro, chutou alto, com Montillo e Tinga.

Aos poucos, o time celeste se soltou e procurou mais o ataque. Mas, em um bom contra-ataque, aos 17 min, a Lusa criou a melhor chance do início da partida. Rogério bateu cruzado, da esquerda, e Diego Viana colocou a cabeça na bola, mas, mandou por cima do travessão. O jogo seguiu equilibrado, muito disputado, mas sem emoção e, principalmente, inspiração dos jogadores das duas equipes. O resultado de tanto perde ganha, nos 45 minutos iniciais, foi o empate sem gols.

O fato de o Cruzeiro não ter sido vazado na etapa inicial foi comemorado por Tinga. “A gente conseguiu fazer uma coisa que não conseguia fazer nos últimos três jogos, que era não levar gols no primeiro tempo, por isso alguma melhora já houve”, comentou o volante. Guilherme, da Portuguesa, reconheceu que o jogo foi amarrado. “A gente está tentando trabalhar, mas está um pouco difícil, a gente precisa segurar um pouco mais a bola na frente, para aproveitar a chegada do homem de trás e chutar”, analisou.

Portuguesa e Cruzeiro voltaram sem modificações para o segundo tempo. Logo aos 3 min, o time visitante criou boa chance, quando Borges bateu forte, obrigando Dida a fazer difícil defesa. A resposta dp mandante, veio no lance seguinte. Após cobrança de falta na direita do ataque, a bola sobrou para chute forte, de Guilherme, mas sem direção.

Em relação à etapa anterior, o jogo ficou mais movimentado no segundo tempo, com mais finalizações a gol, especialmente pelo Cruzeiro. Aos 10 min, Geninho trocou os dois atacantes, tirando Diego Viana e William Xavier para as entradas de Ricardo Jesus e Heverton, respectivamente. A Lusa ensaiou um crescimento ofensivo, mas não o suficiente para superar o goleiro Fábio.

Quando o jogo seguia monótono, Rogério cometeu pênalti sobre Borges, aos 31 min, muito contestado pela equipe paulista. O zagueiro da Lusa foi expulso. Wellington Paulista bateu e colocou o Cruzeiro à frente, aos 33 min. Cinco minutos depois, em rápido contra-ataque, Diego Renan marcou e confirmou a vitória cruzeirense.

A pequena torcida da Portuguesa, que compareceu ao Canindé protestou contra a sexta derrota da equipe em 10 jogos no Brasileirão. “Não é para menos, nosso time está correndo, lutando, batalhando, mas não está conseguindo os resultados. O torcedor tem todo o direito de cobrar  a gentee temos de tentar sair com as vitórias nos próximos jogos”, comentou Ricardo Jesus, que entrou no segundo tempo.