Ex-campeão do Pride e do UFC, Maurício Shogun tem um dos históricos mais vitoriosos do MMA brasileiro. Ainda assim, os últimos anos têm sido irregulares para o curitibano, que nunca deixa de dar show, mas nem sempre alcança as vitórias que almeja. Neste sábado, pelo UFC on FOX 5 – que tem como destaque a disputa de cinturão entre Ben Henderson e Nate Diaz -, ele tenta responder às críticas quanto às suas condições físicas e emplacar uma série de vitórias para voltar a lutar pelo cinturão dos meio-pesados.

Em Seattle, o brasileiro encara a sensação da Suécia Alexander Gustafsson, em um combate que, de acordo com o presidente do UFC Dana White, pode definir o próximo desafiante ao cinturão que está atualmente com Jon Jones.

Mais do que uma simples vitória, um resultado positivo pode levá-lo ao segundo triunfo consecutivo, uma série que o brasileiro não atinge desde o começo de 2009, quando bateu Mark Coleman e Chuck Liddell.

Desde lá, ele encarou duas vezes Lyoto Machida, faturou o cinturão, perdeu-o para Jon Jones e depois emendou uma vitória contra Forrest Griffin, uma derrota em combate épico com Dan Henderson e o triunfo contra Brandon Vera, mas sem convencer.

Principalmente os dois últimos combates mostraram um Shogun com sua habitual garra, mas com o gás fraco. Com isso, as críticas aumentaram em sua direção. Mas não sem resposta.

“O treinador do Gustafsson disse que sou o passado, e ele é o presente, mas ele está errado”, afirma Shogun, ao site do UFC. “Já passei por tantas situações diferentes na minha carreira, e essas situações me ajudaram a encarar o futuro. Tenho somente 31 anos, fui campeão no Pride com apenas 23, e é esta bagagem que trago comigo. Sei que meu melhor ainda está por vir.”

“Eu sempre lido com pressão. Neste esporte um dia você é o campeão, e no outro pode estar no final da fila. Tenho orgulho da minha carreira e sei que posso fazer muito mais”, completou ele.

Gustafsson, de 25 anos, vem em uma linha ascendente na carreira, e apareceu como um dos principais nomes do meio-pesado devido ao cartel de 14 vitórias e uma derrota. São cinco triunfos seguidos, sendo o último em uma boa apresentação contra Thiago Silva no UFC Suécia, em abril.

“Gustafsson é um striker como eu. E ele é bem alto, com braços longos. Eu já tenho uma estratégia, te conto no domingo”, brincou o ex-campeão, que tem uma desvantagem de tamanho de 11 cm: 1,85 m contra 1,96 m do sueco.

Sabendo das boas chances de ir para as cabeças no próximo ano, Shogun promete voltar ao topo. “Agora só estou pensando nesta luta. Mas em 2013 os fãs podem esperar meu melhor e eu pegando o cinturão de volta”, concluiu.

No combate principal do UFC on FOX 5, o campeão dos leves Ben Henderson também tem de conviver com sua cota de dúvidas. Apesar de já ter até defendido o cinturão, suas atuações ainda não foram convincentes o suficiente para legitimar seu nome entre os melhores do Ultimate. Henderson vem de duas vitórias contra Frankie Edgar, sendo a primeira quando conquistou o título e a segunda na primeira defesa dele. Em ambas, venceu apertado, por pontos.

Nada melhor do que ter um rival duro como Nate Diaz, também dos EUA, pela frente. Campeão do TUF 5, o mau humorado peso leve vem de três vitórias consecutivas e é conhecido por um bom boxe e um afiado jogo de finalizações, que tentará confrontar com o estilo mais vistoso do campeão.

Outra grande luta terá o ex-campeão BJ Penn de volta de uma rápida aposentadoria. O veterano havaíano vem mordido por ter sido chamado de gordo pelo rival Rory MacDonald, de 23 anos, e promete fazer jus ao seu legado dentro do Ultimate.

O único brasileiro do card preliminar será Raphael Assunção, peso galo que vem de uma boa série de duas vitórias e encara o norte-americano Mike Easton.

O UFC on FOX 5 tem o card preliminar às 19h e o principal às 23h (de Brasília). O canal Combate transmite o evento.