O número de pessoas que moram juntas sem ter oficializado o casamento cresce no Brasil. Dados divulgados hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram aumento na quantidade de uniões consensuais nos últimos dez anos. Por outro lado, mais pessoas se separaram, o que é resultado da facilidade para dissolver as relações, segundo o IBGE.

As informações constam do cruzamento de dados feitos com base no Censo 2010 e revelam que, pela primeira vez, o contingente de pessoas vivendo em união conjugal supera a metade da população (50,1%).

Desse total, subiu de 28,6% para 36,4% o percentual de pessoas vivendo em uniões consensuais. Por outro lado, diminuiu de 49,4% para 42,9% a proporção de cônjuges que optaram pelas uniões religiosas ou civis, sendo maior a queda do casamento religioso.

Em dez anos, o IBGE mostra também que os casais formalizaram mais as separações. O percentual cresceu em 20%, passando de 11,9% para 14,6% , entre 2000 e 2010. Um dos fatores que explicam esse aumento, segundo a , foi a facilidade na emissão do divórcio para casais sem filhos, pelos tabelionatos a partir de 2007.

A medida influenciou a escalada do número de divorciados, de 1,7% para 3,1%. O número de pessoas separadas judicialmente, caiu (2% para 1,7%). Entre os casais unidos consensualmente, as mulheres são mais jovens e têm em média 23 anos, enquanto os homens, 26 anos.

Assim como nas décadas passadas, eles buscam parceiras mais jovens, o que pode ser comprovado pelas taxas de nupcialidade para aqueles acima de 50 anos, que são maiores (5,2%) dos que para as de mulheres na mesma idade (3,4%).

“Infelizmente, os homens mais velhos continuam preferindo as mais novas, mas isso é um fenômeno que ocorre em todo o mundo”, disse a responsável pela pesquisa, Ana Lucia Saboia. “Porém, está ocorrendo uma evolução, um aumento da idade ao se casar entre as mulheres, e também da fecundidade”, explicou.

Em média, as mulheres no Brasil têm filhos entre os 20 e os 24 anos. As uniões consensuais também estão relacionadas às condições econômicas precárias, desigualdades regionais e à cor ou raça. No Sudeste, onde há mais oportunidades de educação e de trabalho, a idade média do casamento é a maior: 24,8.

Predomina ainda entre as pessoas pretas e pardas (46% e 42%), enquanto 51,9% dos brancos se casaram no civil ou no religioso. O número de pessoas que nunca se casaram diminuiu de 38,6% para 35,4% da população.