A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira só vai retomar as reuniões administrativas e os depoimentos após o primeiro turno eleitoral, que ocorre dia 7 de outubro. A decisão foi tomada em reunião dos líderes partidários com o presidente e o relator da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e deputado Odair Cunha (PT-MG), respectivamente.

Um dos motivos da decisão, segundo os parlamentares, é a falta de quórum, já que a Câmara e o Senado estão em recesso branco. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse que a maioria dos participantes da reunião entendeu que o embate político pré-eleitoral poderia contaminar os trabalhos da CPMI.

“Há um sentimento de que se jogarmos para depois do dia 7 descontamina [a CPMI] do ponto de vista eleitoral, e teremos maior tranquilidade para tomar algumas decisões fora do calor das eleições”, disse Teixeira. “Então, uma reunião administrativa e certos depoimentos, se forem feitos depois do dia 7, poderão ter uma outra conclusão do que se nós fizermos agora que há eleição em todo o país e os áudios podem ser utilizados politicamente”, acrescentou.

Balanço

Enquanto as reuniões estão suspensas, o relator vai fazer um balanço das informações apuradas até agora e traçar um organograma de como funcionava a suposta organização criminosa comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Esse balanço será apresentado na primeira reunião após as eleições.

A avaliação sobre a necessidade ou não de prorrogar os trabalhos da CPMI, e sobre a possibilidade de novas quebras de sigilo de empresas ou pessoas ligadas ao esquema, também ficará para outubro.

Com a suspensão das reuniões, o depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que não ocorreu ontem, após um pedido do parlamentar para que fosse adiado, também só será remarcado para o mês que vem.