CPI do Cachoeira quebra sigilo da sede regional da Delta Construções no MS

Relator da CPI, deputado federal Odair Cunha (PT/MG) solicitou, e obteve, os sigilos bancário, fiscal e telefônico da Delta no Centro-Oeste e Tocantins

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Relator da CPI, deputado federal Odair Cunha (PT/MG) solicitou, e obteve, os sigilos bancário, fiscal e telefônico da Delta no Centro-Oeste e Tocantins

Não bastava o deputado federal Filipe Pereira (PSC/RJ) ter pedido de convocação do governador Puccinelli para depor na CPI do Cachoeira – que pode acatá-lo ou não. Ou as investigações da Controladoria Geral da União (CGU) nos contratos da Delta Construções no estado. Não bastou, também, o fato de Claudio Abreu, diretor geral da Delta na região Centro-Oeste, ter assinado contratos com o Dnit/MS e o governo do estado enquanto abastecia com recursos públicos empresas fantasmas do esquema de lavagem de dinheiro de Carlinhos Cachoeira.

Agora, o resultado da quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico da filial da empresa no MS tornou-se fundamental para a CPI, em sua busca por provas dos fartos indícios de corrupção e formação de quadrilha da “Organização Criminosa”, como a define o deputado federal Odair Cunha – relator da Comissão e o autor do requerimento.

Ao fundamentar o pedido de quebra dos sigilos, o relator afirmou que “o inconteste envolvimento da Delta Construções S.A – Centro-Oeste, resultando inclusive na prisão de um dos seus diretores , o sr. Cláudio Abreu, com a Organização Criminosa desvendada pela Policia Federal, e cujos delitos e ramificações serão aprofundados por esta CPMI, demonstra claramente a pertinência temática do pedido de objeto do requerimento”.

O trabalho na CPI é pesado porque, através do pedido 344/12 (em anexo), Cunha também requisitou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da empreiteira em Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal e Tocantins.

No começo desse mês, a CPI recebeu uma relação variada de informações de bancos, empresas de telefonia, do ministério da Fazenda, do Banco Central e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) – que encaminhou um “Relatório de Inteligência Financeira (RIF)” sobre a Delta e suas filiais à Comissão.

De posse de informações ainda parciais, os parlamentares e seus assessores que compõem a CPI estão cruzando dados sobre a movimentação financeira da empreiteira. A CPI também procura supostas trocas de telefonemas entre Cláudio Abreu e as autoridades locais. O cruzamento de dados serve, também, para instruir novas inquirições de depoentes na CPI, como o próprio Abreu.

Do trabalho do cruzamento de dados também participa a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Wener, que solicitou à CPI cópias das informações sigilosas da Delta. E o Ministério Público Federal de Brasília.

No pedido do relator consta o CNPJ e o endereço da Delta em Campo Grande: CNPJ 10.788.628/0028-77 e endereço à Avenida Afonso Pena, 5723, edifício Evolution Business, sala 1301. Uma busca no site da Receita Federal confirmou a informação.

Bancos mandam informações ou pedem mais prazo

Bancos como BMG, HSBC, Santander, Sofisa, Banco de Brasília e Banestes remeteram à CPI do Cachoeira as movimentações nas contas da Delta em toda a região foco das investigações.

Só o BMG remeteu à CPI 150 folhas e uma mídia gravada com dados bancários. A Confidence Corretora de Câmbio S/A mandou a movimentação em moedas estrangeiras de Cláudio Abreu. Já a Claro enviou os dados telefônicos do ex-diretor do Centro-Oeste da Delta – que há poucos dias saiu a prisão da Papuda, no distrito Federal, por ordem do judicial.

Conteúdos relacionados