Corpo clínico da Santa Casa culpa diretoria anterior por caos em hospital

Ex-presidente da unidade hospitalar foi apontado como responsável pelos problemas enfrentados pela entidade

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Ex-presidente da unidade hospitalar foi apontado como responsável pelos problemas enfrentados pela entidade

O ex-diretor-presidente da junta administrativa da Santa Casa, Jorge Martins, foi citado em audiência pública, realizada nesta quarta-feira (21), como o responsável pelos problemas enfrentados pela unidade hospitalar em Campo Grande. A instituição é a maior do Estado e tem sido gerida por uma junta administrativa desde 2005.   

Durante o evento promovido pela Comissão Especial para Acompanhamento dos Problemas da Santa Casa, instaurada pela Câmara Municipal, o ex-presidente Jorge Martins foi alvo de críticas por membros do corpo clínico e técnico do hospital. 

A Comissão propositora da audiência pública é composta pelos vereadores Athayde Nery (PPS), Loester Nunes (PMDB), Paulo Siufi Neto (PMDB), Paulo Pedra (PDT), Jamal Salém (PR), Thais Helena (PT), Marcos Alex (PT) e Lidio Lopes (PP).

Atual diretor-presidente da junta administrativa, Issam Moussa foi o primeiro a comentar o assunto. O médico fez um balanço de seu mandato frente à gerência da Santa Casa, que classificou como um hospital de resolutividade. “Não deveria se chamar Santa Casa, mas Casa Santa, é um hospital de resolutividade”, definiu.

O profissional também admitiu que a estrutura da unidade hospitalar é antiga. “A vigilância sanitária nos incomoda por isso”, revelou. Moussa alertou ainda para a necessidade de a unidade hospitalar arrecadar recursos, com o objetivo de não depender de uma única fonte de renda. “A Santa Casa não pode ficar dependendo do SUS [Sistema Único de Saúde]”, enfatizou.

Presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade que geria a Santa Casa antes da intervenção, Wilson Levi apresentou um documento com levantamento referente às internações, dívidas, leitos disponíveis e faturamentos anuais e por internação ocorridos entre os anos de 2000 e 2011. “Foram seis anos de má gestão”, afirmou ao comentar os anos referentes à administração da junta. 

As críticas à gestão de Jorge Martins se intensificaram após o discurso dos inscritos na mesa. Membros do corpo clínico e técnico da Santa Casa, que fizeram uso da fala, apontaram o ex-presidente da unidade hospitalar como responsável pelos endividamentos da instituição e problemas enfrentados pelo hospital.

Martins ficou à frente da junta administrativa por quase um ano, mas saiu após pedir demissão do cargo. À época, em junho do ano passado, ao deixar a presidência da Santa Casa, ele afirmou que realizou “milagres” durante os 11 meses de sua gestão e culpou o Governo do Estado pelo o que chamou de “caos na saúde” em Mato Grosso do Sul.

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