O Corinthians viaja de volta para o Brasil para iniciar uma nova era na relação com os rivais paulistas. Campeão do mundo batendo um adversário europeu no Japão, livre da sina de insucessos na Libertadores e com um estádio quase pronto, o clube do Parque São Jorge não tem mais o que oferecer para quem quiser fazer piada com o clube.

Chamado de time “sem estádio e sem história” por uma torcida rival, o Corinthians anunciou em 2010 a construção de uma nova arena em Itaquera, que pouco depois foi confirmada como o palco da abertura da Copa do Mundo no Brasil. Curiosamente, tirou esse privilégio na força política do mesmo adversário em questão, do São Paulo e o seu Morumbi.

Assim, o time deixa décadas de improviso no estádio municipal do Pacaembu, uma casa que nunca foi oficial, apesar do afeto da torcida. O pequeno estádio do Parque São Jorge há muito tempo também não serve ao gigantismo dos bicampeões mundiais.

No quesito títulos, o Corinthians tirou o peso de ser o único grande de São Paulo sem Libertadores depois de anos de fracassos retumbantes. Em 2011 o fiasco do time de Ronaldo diante do modesto Tolima na Colômbia sugeria que a agonia da Fiel não teria fim. Mas já no ano seguinte a equipe de Tite e sua defesa de quatro gols em 14 partidas finalmente “tirou o passaporte” alvinegro.

Havia também quem contestasse o Corinthians como campeão mundial, com argumento de que o título de 2000 foi conquistado no Brasil, diante de um adversário do próprio país (Vasco da Gama) e sem vencer nenhum rival europeu.

Apenas doze anos depois o clube consegue acabar também com esta gozação, tirando da boca de palmeirenses, são-paulinos e santistas a piada sobre o “Torneio de Verão” de 2000.

“Agora o Corinthians está mais do que internacionalizado. Isso mudou com esse título e agora queremos ampliar, o clube ficou mundialmente conhecido. Não se precisa mais provar nada. O Corinthians rompeu as fronteiras das Américas, do Brasil e alcançou o mundo. Como se faz isso? Com trabalho, mantendo sempre um grande time e disputando os títulos”, comentou Mario Gobbi, presidente do clube, após a vitória sobre o Chelsea no Mundial da Fifa no domingo.

E o que falta para os campeões do mundo agora? Talvez ter a maior torcida do Brasil, em status consolidado, já que a última pesquisa do Datafolha [divulgada na última sexta-feira] aponta um empate com o Flamengo com 16% dos torcedores do país.