Contador da Delta poderá ficar calado em depoimento na CPI
O contador da construtora Delta, suspeita de ser usada pelo empresário Carlinhos Cachoeira para lavar dinheiro obtido com jogos ilegais, poderá ficar calado quando comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os laços de Cachoeira com empresas e políticos, após conseguir habeas-corpus da ministra Rosa Webber, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-f…
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O contador da construtora Delta, suspeita de ser usada pelo empresário Carlinhos Cachoeira para lavar dinheiro obtido com jogos ilegais, poderá ficar calado quando comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os laços de Cachoeira com empresas e políticos, após conseguir habeas-corpus da ministra Rosa Webber, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira.
A magistrada considerou que Rodrigo Dall Agnol, contador da empreiteira, vai à CPI na condição de investigado, segundo informações da Agência Senado. Assim, Dall Agnol, que deve comparecer à comissão na quarta-feira, poderá se manter calado, sem responder às perguntas dos parlamentares, e consultar seu advogado, resguardando o direito de não produzir provas contra si mesmo.
Outro depoente que deve ir à CPI na quarta e que terá o direito de se calar é José Queiroga Neto, suspeito de comandar a suposta organização chefiada por Cachoeira na região do entorno do Distrito Federal.
Ao conceder liminar a Queiroga Neto, o ministro do Supremo Joaquim Barbosa avaliou que a decisão sequer era necessária, pois a CPI precisa respeitar os direitos constitucionais dos acusados de não se autoincriminarem.
Na semana passada, o chefe da Delta na região Centro-Oeste, Cláudio Abreu, também conseguiu no Supremo o direito de se calar diante da CPI. Antes dele, o próprio Cachoeira compareceu por mais de duas horas à comissão e se recusou a responder perguntas ou fazer declarações. Seguiram seu exemplo Jairo Martins de Souza e Idalberto Matias de Araújo, acusados pela Polícia Federal de serem arapongas a serviço de Cachoeira.
Somente o ex-vereador Wladimir Garcez, acusado de atuar no braço político da organização que seria comandada por Cachoeira, falou por cerca de 15 minutos e negou as acusações. No entanto, se recusou a responder as perguntas do relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
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