Reunião do fórum dos usuários do Conselho Estadual de Saúde tomou posição contrária àquela defendida pela secretária de Saúde, Beatriz Dobashi, presente na reunião

A posição do Conselho Estadual de Saúde sobre o destino dos aceleradores nucleares foi retirada de uma reunião, hoje pela manhã, do fórum dos usuários do SUS, que contava com a presença da secretária Estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, também conselheira.

Durante a reunião, um integrante sugeriu que a questão da doação de aceleradores doados pelo Ministério da Saúde fosse votada, já que a secretária havia faltado na reunião extraordinária anterior, específica sobre oncologia, que acabou sendo cancelada.

Por 12 votos a favor e 8contrários, os conselheiros aprovaram que em , dois aceleradores irão para o Hospital Universitário e para o Hospital Regional do Estado, como é a proposta do próprio governo federal.

Dessa forma, o encaminhamento para o Hospital do Câncer de Campo Grande, como queria Dobashi, foi derrotado. A Santa Casa, também referenciada para radioterapia, mas que mantém contrato para o serviço com a clínica Neorad, ligada à direção do Hospital do Câncer, também ficou de fora da escolha.

A Santa Casa voltará a ser privada com o fim da intervenção previsto para março de 2013, segundo decisão judicial, voltando para a gestão dos antigos proprietários da Associação Beneficente de Campo Grande.

Durante votação, e contrariada com a escolha da maioria, Dobashi chegou a defender o encaminhamento dos aceleradores para as instituições privadas em Campo Grande, mas foi voto vencido.

Segundo Florêncio Garcia, presidente da Comissão Estadual de Saúde, para as demais cidades a serem contempladas com aceleradores do governo federal, o fórum dos usuários manteve a proposta original do Ministério da Saúde.

Assim, em Dourados, o equipamento ficará com o Hospital Evangélico, privado, por definição do conselho de saúde local. Hoje, o HE é o único na cidade que realiza o tratamento de oncologia pelo SUS, embora Dourados, comoCampo Grande, também tenha um hospital universitário federal.

Em Corumbá, o acelerador será encaminhado para a Santa Casa local, sob intervenção da prefeitura municipal, que tem o controle da sua gestão.

O fórum dos usuários também deliberou que, dos sete equipamentos pleiteados ao Ministério da Saúde, apenas estes quatro são os necessários para atender a demanda por radioterapia no MS.

Segundo Florêncio, caso a secretária queria manter a posição da Comissão Intergestora Bipartite, que ela dirige, cancelar o envio do acelerador para o Hospital Regional para mandá-lo para o Hospital do Câncer, ela só conseguirá por via judicial. Mesmo assim, segundo o presidente do Conselho, será processada, enquanto secretária.

“Caso a secretária queira retirar o acelerador do Hospital Regional para colocar no do Câncer, ela terá que faze por via judicial, porque há uma decisão do Conselho e do próprio Ministério da Saúde que deu prioridade à rede pública em sua proposta. Nós referendamos a decisão do Ministério”.

No entanto, Florêncio não crê que essa seja a posição de Dobashi, “que já assimilou a decisão colegiada”, segundo ele.

Essa decisão do fórum dos usuários do Conselho será levada para uma grande plenária a ser realizada em final de fevereiro, ou começo de março de 2013, na Assembleia Legislativa, que discutirá o tratamento oncológico no MS.