O Conselho de Segurança da ONU deu nesta quarta-feira as boas-vindas ao anúncio de um cessar-fogo na Faixa de Gaza e no sul de Israel e pediu às partes que atuem com “seriedade” para cumprir os termos do acordo.

“Damos as boas-vindas ao anúncio de um cessar-fogo para conseguir uma cessação de hostilidades sustentável e durável e esperamos que as partes cumpram o acordo e atuem com seriedade”, disse o embaixador indiano, Haerdeep Singh Puri, presidente rotativo do Conselho.

O principal órgão de decisão da ONU reiterou em comunicado seu apoio aos esforços da comunidade internacional para conseguir o acordo, agradeceu a liderança do Egito e apreciou os esforços diplomáticos do secretário-geral, Ban Ki-moon.

O Egito anunciou hoje um acordo entre Israel e as facções palestinas de Gaza, lideradas pelo Hamas, para decretar um cessar-fogo, que entrou em vigor esta noite e que deve pôr fim a oito dias de violência na Faixa.

Os 15 membros do Conselho, que optaram por um comunicado de imprensa em vez de uma declaração presidencial, deploraram a perda de vidas humanas e reiteraram a necessidade de adotar medidas para garantir a segurança e proteção dos civis.

Além disso, destacaram a urgência de restaurar a calma na região e ressaltaram a importância de alcançar um acordo de longo alcance que esteja baseado na solução de dois Estados nos quais israelenses e palestinos possam viver lado a lado em paz.

Por último, o Conselho reafirmou o direito de ambos povos a viver “sem medo” e pediu que a comunidade internacional leve assistência humanitária a Gaza “através dos canais apropriados”.

O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, espera que com o cessar-fogo anunciado hoje “Israel deixe de atacar à população civil” na Faixa de Gaza e pediu “que se ponha fim à opção da guerra e se abra a porta à paz”.

Por sua parte, o embaixador adjunto de Israel, Haim Waxman, disse que confia que a calma será “duradoura”, mas advertiu que seu país “fará tudo o que for necessário” para proteger a sua população.

A embaixadora americana, Susan Rice, também deu as boas-vindas à trégua e, perguntada pelo pedido palestino para ser reconhecido como Estado observador, lembrou que os EUA se opõem frontalmente porque é “contraproducente” para alcançar a paz.

Após oito dias de derramamento de sangue, que deixaram mais de 160 falecidos e mil feridos, Israel e as milícias de Gaza cessaram hoje seus ataques mútuos às 21h locais (17h de Brasília).

A ofensiva israelense “Pilar Defensivo” lançada na semana passada acontece a dois meses das eleições gerais em Israel em janeiro e antes que os palestinos peçam no final do mês à Assembleia Geral da ONU que vote seu reconhecimento como Estado observador.

A última operação em grande escala empreendida por Israel em Gaza, conhecida como “Chumbo Fundido”, aconteceu também às vésperas de eleições, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, e causou a morte de 1,4 mil palestinos e 13 israelenses.