Competição de maior inclusão paradesportiva acontece em Campo Grande

A bocha, esporte de maior inclusão para deficientes físicos, pode ser jogada por quem é tetraplégico, apenas com a boca. Entenda como funciona.

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A bocha, esporte de maior inclusão para deficientes físicos, pode ser jogada por quem é tetraplégico, apenas com a boca. Entenda como funciona.

Muito popular na região sul do Brasil, um campeonato de bocha é realizado em Campo Grande e surpreende quem vai assistir por ver a inclusão total de deficientes físicos. Paraplégicos, por exemplo, podem competir com o auxílio de um “calheiro”. Para a professora Aline Barros, é uma conquista gratificante de ser ver.

“É incrível ver como a bocha reúne vários graus de deficiência e vibrar com cada aluno que participa das competições”, disse. O campeonato acontece nesta quinta e sexta-feira (28) e vale a pena conferir pelas histórias de superação de quem participa.

Adriana Rolom, de 29 anos, começou fazendo natação quando criança como hidroterapia para melhorar os movimentos dos músculos atrofiados. Vendo os amigos jogarem, se encantou pela bocha. Ano passado foi ao campeonato brasileiro em Curitiba e já conquistou o sétimo lugar geral.

“Este ano minha meta é ficar no pódium. Eu me sinto realizada quando consigo fazer uma coisa que eu coloco como desafio”, comemora. Este ano, a competição é em Recife e ela contou com o apoio da Fundesporte.

“Mas falta patrocínio para gente ir mais longe. Meu sonho é conseguir uma ajuda assim”, relata.
O clube Roda Solta, de Itajaí, Santa Catarina, veio para dar o exemplo. Sempre que os alunos são convidados comparecem. O clube conta com o apoio da FMEL (Fundação Municipal de Esporte e Lazer), que dá apoio a cerca de 200 atletas paradesportivos.

A professora Aline Barros, de 25 anos, se encantou com o esporte quando percebeu o grau de inclusão. “Eu era atleta de marcha olímpica e meu treinador também tinha atletas paradesportivos. Ele me convidou a correr com deficientes visuais e comecei a me interessar. Fiz faculdade de Educação Física e hoje sou coordenadora do Programa Paradesportivo da FMEL”.

Possibilidades

Competição de maior inclusão paradesportiva acontece em Campo Grande

A bocha adaptada é abrangente porque tem quatro categorias: BC1, BC2, BC3 e BC4. De acordo com a revista Sentidos, a categoria BC1 é composta por pessoas com tetraplegia espástica severa com ou sem atetose, na qual há pouca amplitude de movimentos ou força funcional em todos os movimentos nas extremidades e no tronco. São atletas que dependem da cadeira de rodas e precisam de um ajudante durante o jogo, assim como de assistência tanto para a remoção da cadeira de rodas quanto para pegar a bola.

Na classe BC2 jogam pessoas com tetraplegia espástica de severa à moderada, com os mesmos itens relacionados na classe BC1. A única diferença é que não precisam de ajuda de terceiros. Os atletas da BC3 têm maiores comprometimento motor e utilizam calha e um calheiro para realizar o jogo como suporte para remessar a bola.

Na BC4 aos jogadores possuem diplegia de moderada à severa com controle mínimo nas extremidades das mãos, e ainda, com limitações de tronco e pouca força funcional nos quatro membros. Eles não recebem ajuda.

O esporte é similar ao convencional: o objetivo é encostar o maior número de bolas coloridas na bola-alvo, conhecida como bolim. Ganha-se pontuação quando se chega à esfera do alvo. O jogo consiste em um conjunto de seis bolas azuis, seis bolas vermelhas e uma bola branca (bolim).

Competição de maior inclusão paradesportiva acontece em Campo Grande

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