Comércio em frente a cemitérios está abaixo do esperado, afirmam ambulantes
Os vendedores aproveitam o Dia de Finados para aumentar a renda familiar. Segundo grande parte deles, este ano as vendas estão abaixo das expectativas.
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Os vendedores aproveitam o Dia de Finados para aumentar a renda familiar. Segundo grande parte deles, este ano as vendas estão abaixo das expectativas.
Para os familiares e amigos daqueles que já se foram, o Dia de Finados é um dia visitar os túmulos, rezar pelas almas, lamentar a ausência e recordar os momentos felizes. Muitas dessas pessoas contam com o serviço de vendedores ambulantes que comercializam seus produtos em frente aos cemitérios e aproveitam a data para aumentar a renda familiar.
Há 20 anos, a moradora do Bairro Santa Luzia, Ramona Joana Arruda Pinto, 54, confecciona flores para vender em frente ao cemitério Santo Amaro. Ela conta que chega ao local 3 dias antes para armar sua barraca a fim de garantir o espaço.
“Eu e meu esposo estamos aqui desde o dia 30. Comecei a vender ontem, mas hoje que é o dia melhor pra vender”, comentou. Assim como Ramona, a moradora do Jardim Aeroporto e também artesã, Angela Bogado, 60, comercializa suas flores no mesmo cemitério há 10 anos.
“É uma forma de conseguir um dinheiro a mais, por isso todo ano estou aqui”, ressaltou. Apesar do aumento no orçamento, Angela destacou que não é fácil fazer esse comércio. Ela explica que o lugar é desfavorável e que seus produtos ficam à mercê do tempo. “Como ficamos em barracas, se chove nosso produto pode estragar tudo e aí já era todo nosso trabalho”, disse.
Enquanto comentava do tempo e da chuva que aconteceu na manhã desta quinta-feira (1), a dona de casa, Benedita de Freitas, 80, parou para comprar umas flores. Ela disse que queria algo bem bonito para enfeitar os túmulos de seus familiares.
“Venho aqui todo ano, desde 1966, um ano após a morte de meu pai. Deixo pra comprar as flores aqui mesmo no local”, ressaltou. Benedita comentou que estão enterrados no cemitério além de seu pai, uma irmã e um irmão. “Venho para acender velas e rezar pelas almas deles”.
Dentro do cemitério, Tatiane Costa do Nascimento, 28, autônoma, vendia flores e velas. De acordo com ela, a barraca é da empresa que cuida do cemitério. “Trabalho na empresa e todo domingo estou aqui vendendo flores”, disse. Desde 2007 trabalhando no cemitério, Tatiane afirmou que as vendas não estão boas como foram as do ano passado.
“Este ano tá fraco. Estou aqui desde às 5h30min e vendi muito pouco. Ano passado tinha muito mais gente. Tava bem mais cheio”, destacou. Após comprar várias flores para enfeitar os túmulos de seus familiares, a estudante Andreia Rodrigues, 32, foi visitá-los. “Como minha mãe esteve aqui mais cedo, os túmulos já estão bem ornamentados”.
Acompanhada do marido e do filho, Andreia disse que faz questão de ir ao cemitério todo ano no Dia de Finados. “Não deixo de vir nunca, é uma tradição”, assegura. Desejando conseguir algum dinheiro extra, o vigilante Nowilson Odakura, 34, decidiu vender cruzes. “Cheguei com 62 e 20 já foram vendidas. Achei que o movimento seria maior”.
Outro que também não ficou muito satisfeito com os lucros obtidos até o momento é o feirante Celso França, 53. Celso e sua família vendem salgados nas feiras do Santo Amaro, Maria do Couto e Jardim Aeroporto. Para aumentar a venda ele comprou velas e flores para comerciar neste feriado.
“Estou aqui desde o dia 31 para assegurar o ponto. Achava que venderia mais, mas o lucro tá bem próximo do que ganho nas feiras”, avaliou. Os comerciantes afirmaram que ficarão no local até às 18 horas e todos esperam que o clima permaneça como está, sem chuva e com calor ameno.
Vagner Rodrigues Costa, 38, também confirma as baixas vendas. “Em comparação ao ano passado os lucros vão diminuir em 60%. Faz dez anos que fico neste ponto e nunca foi tão fraco pra vender”, comentou o ambulante que está no Cemitério Santo Antônio, na Capital. Desde quarta-feira, ele dorme para segurar o ponto e diz que espera vender 85 vasos, além de velas, um lucro esperado de cerca de R$ 500.
Já as expectativas de Michel Ozório, 23 anos, é faturar três vezes mais que o colega Vagner. “Espero lucrar R$ 1.500. Essa época é boa para os negócios e segue até domingo com as visitações. Vamos ter muito trabalho”, brincou o jovem. Ele afirma ter vendido mais de 800 vasos desde o dia 31 no cemitério Santo Amaro.
Vários ambulantes aproveitavam ainda promoções no supermercado para recompor o estoque de flores. No Extra, um setor foi criado, com dois caixas, para atender apenas este público. As revendas dos produtos estão até 70% acima do valor no mercado.
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