Começa julgamento da ex-namorada do coronel Ubiratan

Seis anos após a morte do coronel da PM paulista Ubiratan Guimarães, sua ex-namorada, a advogada Carla Cepollina, 46 anos, irá a júri popular a partir desta segunda-feira, acusada pelo homicídio. Ubiratan foi morto em casa, com um tiro no abdômen, no dia 9 de setembro de 2006. O tiro foi disparado por uma arma […]

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Seis anos após a morte do coronel da PM paulista Ubiratan Guimarães, sua ex-namorada, a advogada Carla Cepollina, 46 anos, irá a júri popular a partir desta segunda-feira, acusada pelo homicídio. Ubiratan foi morto em casa, com um tiro no abdômen, no dia 9 de setembro de 2006. O tiro foi disparado por uma arma de sua propriedade e Carla teria sido a última pessoa a estar em companhia do coronel e ex-deputado estadual por São Paulo.

O julgamento tem início marcado para as 13h, no Plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste da capital paulista. A previsão é de que dure entre quatro e cinco dias.

Ubiratan Guimarães foi o coronel responsável pela operação da Polícia Militar que resultou na morte de 111 presos no que se convencionou chamar de “Massacre do Carandiru”, em 1992. Ele foi julgado e recebeu uma pena de 632 anos pelas mortes. Porém, em um segundo julgamento, foi absolvido pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, que decidiu que Guimarães atuou no “estrito cumprimento do dever legal” naquela ocasião e que assim não poderia ser responsabilizado pelas mortes.

Na defesa de Carla estarão o advogado Eugênio Malavasi e a também advogada Liliana Prinzivalli, mãe da ré. A acusação será feita pelo promotor João Carlos Calsavara e pelo advogado da família da vítima, o ex-deputado federal Vicente Cascione.

O processo contra Cepollina chegou a ser arquivado – por insuficiência de provas -, mas a Justiça de São Paulo determinou, em junho deste ano, que a advogada seja levada a júri popular. Em todo esse período, Carla sempre negou ter matado o coronel.

Na decisã que resultou no arquivamento, o juiz Anderson Filho cita o artigo 414 do Código de Processo Penal. “Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente impronunciará o acusado”. Porém, na ocasião, o juiz salientou que “poderá, em qualquer, tempo ser instaurado processo contra a ré, se houver novas provas”.

Liliana Prinzivalli, mãe de Carla e que atuará na defesa da filha, diz que a filha daria tudo para saber o que aconteceu no dia do crime. “Até hoje a Carla está abaladíssima. Nunca se conformou com essa história e daria tudo para saber como foi”, diz. De acordo com Liliana, a filha teve uma relação de dois anos com Ubiratan e o amava.

Para o promotor Calsavara, o crime se deu por ciúmes. Segundo ele, apesar de Carla ser namorada oficial do coronel, Ubiratan teria envolvimento com a delegada federal Renata Madi, que à época do crime morava no Pará, mas vinha constantemente a São Paulo. “Renata é o pivô do crime. Se não houvesse Renata, não teria coronel morto”, disse o promotor. O crime teria se dado depois de uma discussão gerada por um torpedo enviado por Renata a Ubiratan e que foi lido por Carla.

Única acusada pelo crime, Carla responderá por homicídio qualificado por motivo torpe, fútil e por ter cometido o crime com a impossibilidade de defesa da vítima.

Defesa e acusação tentaram um acordo para que o júri fosse adiado para fevereiro, mas o pedido foi indeferido pelo juiz do caso.

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