Com mais de 120 vagas em aberto, Dourados começa a importar pedreiros

Sem pedreiros para atuar em novas construções, empresas de Dourados iniciam uma peregrinação fora do município para conseguir mão-de-obra. Nem mesmo salários maiores e transporte gratuito, oferecido por empreiteiras, atraem os profissionais. O mercado tem mais de 120 vagas em aberto que precisam ser preenchidas com urgência. De acordo com o engenheiro da Engepar Engenharia […]

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Sem pedreiros para atuar em novas construções, empresas de Dourados iniciam uma peregrinação fora do município para conseguir mão-de-obra. Nem mesmo salários maiores e transporte gratuito, oferecido por empreiteiras, atraem os profissionais. O mercado tem mais de 120 vagas em aberto que precisam ser preenchidas com urgência.

De acordo com o engenheiro da Engepar Engenharia de Dourados, Soel Silva de Leon Júnior, somente para a construção do Presídio semi-aberto de Dourados estão sendo ofertadas 34 vagas urgentes entre pedreiros e serventes.

Segundo ele, sem profissionais em Dourados, a saída foi investir na região. Por causa disso a empresa disponibilizou transporte gratuito de ida e volta para Douradina e Fátima do Sul, onde alguns profissionais foram localizados. Também firmou convênio com o Governo do Estado para que sete detentos do semi-aberto ajudassem na construção. Cada dia de trabalho diminui um de pena. “Foi uma alternativa que encontramos para não atrasar as obras”, destaca.

O mesmo ocorre com o engenheiro Paulo Ferrareli. Segundo ele, a Engepar também está oferecendo salário acima do piso de Dourados, que hoje é de R$ 890. “Estamos propondo aos oficiais um salário de R$ 1.075 e mesmo assim enfrentamos dificuldades. Somente no Condomínio Village Florência que estamos construindo precisamos de no mínimo 50 vagas”, disse.

Ele informa que a empresa já analisa um projeto para construir uma ‘escolinha’ para qualificação de mão-de-obra no município. “Além de não encontrar mais pedreiros e serventes, não se acha mais os profissionais especialistas para assentar piso, pintores, entre outros”, destaca.

AGÊNCIAS

Apesar das ofertas que chegam todos os dias, as agências não encontram profissionais para preencherem as vagas. Somente na Agência Pública de Empregos Ciat, mais de 40 vagas estão abertas. O gerente José Alberto diz que a agência chega a aguardar mais de 20 dias para localizar um profissional qualificado na área e muitas vezes estes funcionários são encontrados apenas fora do Estado. A proprietária da empresa Aed, Marli Dal’Maso, explica que devido a escassez de mão de obra a agência parou de aceitar ofertas de vagas há mais de um ano.

SINDICATO

O Sindicato das Indústrias da Construção Civil e Mobiliário de Dourados (Sintracom) explica que a falta de mão de obra se deve ao “boom” de obras em Dourados, principalmente depois da facilidade do crédito através do “Minha Casa Minha Vida”, que impulsionou a construção de moradia.

De acordo com o auxiliar administrativo do Sindicato, Waldemar Cese Júnior, a principal dificuldade da categoria é a informalidade que atinge 70% dos profissionais. “Muitos se iludem com um salário um pouco maior do que o piso. O problema é que, sem o registro, estas pessoas não têm direito ao 13º salário, férias seguro, aposentadoria entre outros garantidos por lei”, destaca, observando que o piso para oficiais é de R$ 890 e para ajudantes é de R$ 660.

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