Com a morte de Chico Anysio, país perde um de seus maiores humoristas

Morreu nesta sexta-feira (23) o humorista Chico Anysio, de 80 anos. Ele estava internado no hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul da capital fluminense, desde o dia 22 de dezembro do ano passado, quando teve uma hemorragia digestiva. Segundo a assessoria de imprensa hospital, Chico Anysio teve duas paradas cardíacas. Ontem (22), os médicos chegaram […]

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Morreu nesta sexta-feira (23) o humorista Chico Anysio, de 80 anos. Ele estava internado no hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul da capital fluminense, desde o dia 22 de dezembro do ano passado, quando teve uma hemorragia digestiva. Segundo a assessoria de imprensa hospital, Chico Anysio teve duas paradas cardíacas.

Ontem (22), os médicos chegaram a submeter o paciente a um processo cirúrgico para uma drenagem na pleura, a membrana do pulmão, já que ele sofria de um enfizema pulmonar provocado pelo uso excessivo de cigarros.

Chico Anysio estava na unidade de tratamento intensivo e respirava com a ajuda de aparelhos. Os problemas de saúde do humorista começaram em agosto de 2010, quando foi internado para retirada de parte do intestino por causa de uma hemorragia e foi diagnosticado com pneumonia. Desde então, foram diversas internações.

Nascido em 12 de abril de 1931, em um pequeno sítio em Maranguape, no Ceará, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho tornou-se um dos mais renomados humoristas do país. Aos 8 anos de idade, Chico Anysio e a família deixaram a pequena Maranguape e mudaram-se para o Rio de Janeiro.

Na infância, ele já mostrava sua veia humorística ao imitar vozes e trejeitos de professores e colegas de classe. Na adolescência, ganhava concursos de programas de calouros nas rádios do Rio e de São Paulo fazendo imitações.

Foi até impedido de participar dos concursos, pois sempre saia vencedor. Em 1947, conquistou o primeiro lugar no programa Papel Carbono, de Renato Murce, líder de audiência na Rádio Nacional do Rio, na época.

A carreira no rádio começou por acaso. Ao acompanhar a irmã e atriz Lupe Gigliotti em um teste na Rádio Guanabara, acabou sendo aprovado e contratado como locutor e rádio-ator. Ficou em segundo lugar no teste de locutor, perdendo para o apresentador Sílvio Santos. Na rádio, apresentava a programação musical e interpretava galãs nas rádio-novelas.

Em 1949, passou a integrar os humorísticos da emissora, trabalhando ao lado de outros grandes comediantes, como Grande Othelo e Luis Brandão. Na década de 50, já na Rádio Mayrink Veiga, criou um de seus mais famosos personagens, o Professor Raymundo, com o bordão “E o salário, ó!”.

Passou também pelas rádios Clube do Brasil e Clube Pernambuco. A estreia na televisão foi no programa Aí Vem Dona Isaura, na TV Rio, em 1957. Depois, estrelou humorísticos na própria TV Rio e nas emissoras Excelsior e Tupi.

No final da década de 60, ingressou na Rede Globo, onde comandou diversos programas de humor, como Chico City, Estados Anysios de Chico City e a Escolinha do Professor Raymundo.

Em mais de 60 anos de carreira, foram mais de 200 personagens, em que satirizava tipos políticos e pessoas comuns do povo brasileiro, como o babalaô Painho, o galã Alberto Roberto, o deputado federal Justo Veríssimo e a professora Salomé.

Chico Anysio também era escritor, pintor e compositor. Ele se casou seis vezes e teve oito filhos, sendo um adotivo. Ainda não há informações sobre o local do velório e do enterro.

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