O atual primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, será o novo presidente do país pelos próximos seis anos. Com a apuração de 90,41% das urnas nas eleições deste domingo, ele obteve 64,59% — 39 milhões — dos votos totais.

“Vencemos em uma luta aberta e limpa”, afirmou Putin na praça moscovita do Manezh, perto do Kremlin, ao comemorar sua vitória com mais de 100 mil de seus partidários ainda com 30% das urnas apuradas.

A oposição questiona a legitimidade do pleito e promete uma manifestação para esta segunda-feira. “Reuniremos mais de 100 mil pessoas. Temos um novo argumento: a vitória duvidosa de Putin nas eleições presidenciais”, afirmou o líder do partido liberal Yabloko, Serguei Mitrojin.

O líder do Partido Comunista da Rússia, Gennady Ziuganov, foi o segundo candidato mais votado com 17,07%, segundo os dados da CEC.

O terceiro lugar ficou com o multimilionário Mikhail Prokhorov (7,18%), considerada uma das grandes surpresas da campanha presidencial russa ao se tratar de um candidato sem experiência política.

Ex-agente da KGB e “braço forte” da Rússia desde 1999, Putin foi presidente entre 2000 e 2008. Ele deve permanecer no poder pelo menos até 2018, período em que, segundo ele, quer presentear o seu país com um “desenvolvimento estável” para que a nação volte a ter o nível de uma grande potência mundial.

Ao mesmo tempo que destacou que sua vitória não tinha sido “nenhuma surpresa”, Putin assegurou que cumprirá com todas suas promessas eleitorais sobre aumento de salários, pensões e subsídios no valor de centenas de milhões de dólares.

Cerca de 110 milhões de russos foram chamados às urnas em uma eleição que começou à meia-noite do domingo no extremo oriente russo e terminou 21 horas depois no enclave báltico de Kaliningrado.

Trajetória

Vladimir Putin nasceu em São Petersburgo (antiga Leningrado), em 7 de outubro de 1952, em uma família operária.

Estudou direito e se casou com uma ex-aeromoça, Lyudmila, com quem teve duas filhas. Ingressou nos serviços de contra-espionagem aos 23 anos. Logo passou aos serviços de inteligência exterior e em 1985 partiu para a Alemanha Oriental, onde ficou por cinco anos.

Em agosto de 1991, saiu da KGB, em pleno de Estado contra o presidente Mikhail Gorbatchov, sem abandonar sua filiação ao Partido Comunista.

Após o declínio da União Soviética no fim de 1991 e a derrota do prefeito Anatoli Sobchak nas eleições municipais de 1996, Putin abandonou São Petersburgo e entrou para a administração presidencial em Moscou.