Clima político em Ponta Porã é tenso na reta final das eleições
População de Ponta Porã está atônita com as denúncias de desvio de verba pública para a campanha eleitoral
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População de Ponta Porã está atônita com as denúncias de desvio de verba pública para a campanha eleitoral
O clima político em Ponta Porã – distante a 350 km de Campo Grande – está acirrado na reta final das eleições. Com a mudança do cenário eleitoral nos últimos 10 dias a disputa tem se tornado cada vez mais tensa. O último episódio da queda de braços entre os candidatos a prefeitura culminou com quatro mandatos de busca e apreensão expedidos pela Justiça Eleitoral para investigar uso de dinheiro público na campanha do candidato da atual administração, Hélio Pelufo (PSDB).
Nos últimos 10 dias o cenário em Ponta tomou novo rumo e a batalha foi deflagrada. Ofensas públicas, jornais apócrifos, ameaças, denúncias judiciais, tudo se tornou artilharia para a chegada a prefeitura.
Na manhã desta sexta-feira (28), a tensão culminou com uma investigação de desvio de dinheiro público para uso na campanha do candidato apoiado pelo prefeito. A imprensa e equipes de comunicação dos candidatos Álvaro Soares (PR), Ludimar (PPS) e também do próprio investigado, Hélio Pelufo, cercaram a prefeitura.
A informação que circulava pelos bastidores – uma vez que a investigação corre sob segredo de justiça – é de que foram recolhidos comprovantes de despesas e hospedagem das equipes de campanha de Hélio, pagos com dinheiro da prefeitura por Flavio Kayatt (PSDB). A Polícia Federal recolheu documentos e computadores.
Após a batida, o comentário na cidade era de que Hélio teria sido preso. Para desmentir os boatos o candidato organizou uma carreata. A cidade estava atônita. Pelas ruas as pessoas não queriam se manifestar. A reportagem do Midiamax tentou conversar com a população, mas ao saber do que se tratava eles repudiavam a conduta de Hélio e não autorizavam a veiculação de seus nomes.
Muitos questionavam a disparidade entre o valor declarado como projeção de gastos por Hélio – o menor entre os três candidatos – e o tamanho da campanha que está nas ruas. “A gente vê no dia a dia que em comparação com os outros candidatos eles têm mais tudo: mais carros, mais cabos eleitorais, mais panfletos. Como é que pode dizer que vai gastar menos se a olhos vistos tudo deles é exagerado?”, questionou uma professora que não quis se identificar.
O comerciante Paulo – que não quis divulgar o sobrenome – analisou que a denúncia do uso de dinheiro público por parte de Hélio é o que faltava para descredibilizar o candidato de uma vez por todas. “Eles já chamaram o povo de Ponta Porã de bugrada, distribuíram panfleto apócrifo que a polícia descobriu que foi a mando dele, o marqueteiro do Hélio saiu ameaçando os candidatos que estava montando arsenal contra eles e agora usa nosso dinheiro na campanha. A coisa tá feia por aqui”, afirmou.
Já Eliana – que também não autorizou a divulgação de seu sobrenome – disse que se a denuncia se confirmar, muito dinheiro terá sido desviado. “Pelo que a gente vê aqui na cidade, a equipe de comunicação deles é em torno de 50 pessoas. Os hotéis onde eles estão custam em média R$ 200,00 as diárias. Mesmo se tiver um desconto pelo tempo e quantidade de pessoas, eles terão desviado muito dinheiro público”, destacou.
A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito, mas não obteve resposta. Já Hélio atribui as denúncias a politicagem e declarou que “ sou fazendeiro e produtor e não preciso do dinheiro da prefeitura nem de ninguém”.
As investigações correm sobre segredo de justiça. A juíza responsável, Liliana de Oliveira Monteiro, informou que somente abrirá o caso após o período eleitoral para evitar uma batalha ainda mais acirrada. Caso as investigações confirmem o uso de dinheiro público na campanha, Kayatt poderá ser cassado e a candidatura de Hélio poderá ser impugnada.
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