A China deverá manter as vendas de soja das reservas estatais até o início de 2013, em uma tentativa de conter a inflação dos alimentos, o que significa que o maior comprador de soja do mundo continuará importando a oleaginosa para cobrir o consumo, disseram traders.

O governo tenta frear a inflação, antes da mudança de liderança prevista para outubro, algo que ocorre uma vez a cada década, porém os preços dos principais grãos e óleos comestíveis subiram a máximas recordes recentemente, com a seca nos Estados Unidos e na América do Sul afetando as safras.

Traders esperam que Pequim também comece a liberar reservas de óleo comestível e de milho nos próximos meses.

Esmagadores da China precisam de 5 milhões de toneladas por mês de soja, que é transformada em farelo de soja, ingrediente de ração animal, e óleo de soja, utilizado no óleo de cozinha do país.

A China não divulga estatísticas sobre suas reservas estatais, mas traders estimam que as reservas de soja estejam entre 5 milhões e 10 milhões de toneladas, o que se traduz em apenas um ou dois meses de consumo.

A soja na bolsa de Chicago aumentou mais de 35 por cento este ano e atingiu máxima recorde de 17,9475 dólares por bushel no início de setembro. A forte alta dos preços levou a China a reduzir as importações.

Porém, com os preços começando a cair em meios aos sinais melhores que o esperado de colheita no cinturão agrícola do Meio-Oeste, traders disseram esperar que a China eleve as importações quando os preços se aliviarem e até receber, no começo do ano que vem, os volumes comprados da América do Sul.