O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Hugo Chávez, comemorou neste sábado seu 58º aniversário durante um ato de massas em um populoso bairro de Caracas, no qual fez autocrítica a seu Governo e assegurou ser “o homem do futuro”, ao contrário de seu adversário político, Henrique Capriles.

O ato proselitista junto com o aniversário de Chávez se concentrou justamente no bairro mais populoso da América Latina, situado no leste de Caracas, com mais de um milhão e meio de habitantes, situado no município de Sucre, do estado de Miranda, jurisdições que atualmente estão em poder da oposição.

“É preciso atender uma a uma as necessidades de nosso povo e dar a ele respostas efetivas, eficientes, esgotar todos os recursos, essa é uma das autocríticas que temos que fazer”, disse Chávez durante um discurso que se estendeu por cerca de duas horas e foi transmitido pelo canal estatal “VTV”.

O presidente disse que é necessário recuperar os territórios que a oposição conquistou e assegurou que se não soubesse que ainda há muitas coisas a fazer não seria candidato à Presidência, “sobretudo” levando em conta o que “está passando”, em alusão ao câncer que teve que enfrentar.

Chávez se declarou no dia 9 de julho passado “totalmente livre” de câncer, depois de em fevereiro ter sofrido uma recaída na doença que lhe foi diagnosticada há um ano e assegurou estar nas “melhores condições” para a batalha eleitoral.

“Estava falando de algo muito importante que é a autocrítica, como é que nós perdemos o governo de Miranda há quatro anos, como é que nós perdemos a Prefeitura de Sucre, após oito anos, isso é para fazermos a autocrítica”, reiterou durante o discurso.

Chávez anunciou aos moradores de Petare, bairro que é também considerado um dos mais violentos do país, que em breve serão “desdobrados” em toda a região cerca de 500 funcionários da Polícia Nacional Bolivariana para combater “o cada dia mais contundentemente” crime organizado.

O presidente venezuelano assinalou, no entanto, que as críticas a seu Governo também devem ser acompanhadas “da verdade” que é demonstrar que “não é a direita, não é a burguesia que vai solucionar os problemas do povo”.

“O homem do futuro se chama Chávez, porque além disso Chávez já não sou eu, Chávez somos todos (…) Chávez é Miranda, é Venezuela, (…)”, disse o governante, advertindo que quem diz que ele já é um velho terá uma surpresa no dia 7 de outubro próximo, dia das eleições, pois ganhará por “nocaute”.

Assegurou ser “o novo” e a “garantia da paz” ao contrário do capitalismo, que é “o mau”, “o velho” e “o pré-histórico”.

O presidente teve tempo para cantar rock e dançar música folclórica venezuelana junto a artistas nacionais para as centenas de milhares de simpatizantes que se concentraram na região e que também cantaram “Parabéns pra você” ao homenageado, que assegurou ter contado cerca de 25 bolos ao longo do percurso por Petare.

Também comentou que recebeu felicitações e presentes de Fidel e Raúl Castro, além de mensagens de afeto de seus colegas presidentes da região como Evo Morales, da Bolívia e de Daniel Ortega, da Nicarágua.

Reiterou, além disso, que na próxima segunda-feira viajará para Brasília para participar da cerimônia de adesão formal da Venezuela ao Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

A comemoração do aniversário de Chávez acontece em plena campanha eleitoral, a quase dois meses das eleições presidenciais nas quais ele aspira a conseguir a terceira reeleição.

Cerca de 18,9 milhões de venezuelanos estão convocados às urnas no dia 7 de outubro, quando elegerão o presidente para o período 2013-2019.