O presidente venezuelano, Hugo Chávez, exibiu nesta quarta-feira o primeiro avião não tripulado – para uso civil e militar – fabricado na Venezuela, com o apoio de Irã, Rússia e China, destacando que já prevê sua exportação, ao lado de outras armas de fabricação nacional.

É “um dos três aviões que já fabricamos aqui e vamos seguir fabricando (…) e não apenas para uso militar, mas também para emprego civil”, disse Chávez durante reunião com comandantes no ministério da Defesa.

Os aviões não tripulados (drones) foram desenvolvidos com a ajuda de “Rússia, China, Irã e outros países aliados”, revelou Chávez, que atualmente se recupera do tratamento de radioterapia contra um câncer.

O presidente citou ainda o progresso da construção da fábrica de fuzis AK103, com o apoio da Rússia, que deve produzir 25 mil armas e até 70 milhões de balas ao ano. “É um direito nosso, que não teríamos se fôssemos uma colônia, mas somos um país livre e independente”.

O general Julio Morales, presidente da Companhia Anônima Venezuelana de Indústrias Militares (Cavim), precisou que o drone “não transporta armamento”, tem raio de ação de 100 km, “autonomia de voo de 90 minutos e pode atingir uma altitude de 3.000 metros”.

Segundo Morales, é “um sistema de aviões não tripulados exclusivamente para defesa” com “função de reconhecimento”, que pode ser utilizado para “trabalho de vigilância de tubulações, florestas, estradas, diques e qualquer outra estrutura”.

O drone foi montado com peças fabricadas na Venezuela sob a orientação de engenheiros militares capacitados no Irã.

O avião tem 4 metros de envergadura por 3 metros de comprimento, e pode transmitir em tempo real e simultaneamente fotos e vídeos de observação, incluindo “imagens noturnas” em um futuro próximo, destacou Morales.