Chamado de ‘velho’ por rival, Popó volta ao ringue após 5 anos em adeus ao boxe

A relação de Acelino Popó Freitas com os ringues de boxe é de pura atração. Dono de quatro títulos mundiais, um recorde entre os pugilistas brasileiros, ele já anunciou aposentadorias e mais de uma vez mudou de ideia. Neste sábado, um novo chamado será atendido. Cinco anos depois de seu último combate, ele interrompe mais […]

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A relação de Acelino Popó Freitas com os ringues de boxe é de pura atração. Dono de quatro títulos mundiais, um recorde entre os pugilistas brasileiros, ele já anunciou aposentadorias e mais de uma vez mudou de ideia. Neste sábado, um novo chamado será atendido. Cinco anos depois de seu último combate, ele interrompe mais uma parada para o que diz ser uma despedida definitiva do quadrilátero, fruto do pedido de um de seus filhos.

Foi Popózinho quem foi em direção ao pai, pedindo para assistir a um de seus famosos combates. Uma luta menos formal seria realizada em 2011 para garantir o sonho do garoto, mas a coisa ficou séria quando o baiano recebeu um desafio oficial do jovem Michael Oliveira, novato no boxe e invicto aos 22 anos. Em meio a uma quente onda de provocações, Popó é até chamado de velho pelo jovem. Ele pediu seu preço – no início dizia querer R$ 800 mil de bolsa – e o combate acontece neste sábado, em um cassino de Punta del Leste (o SporTV mostra às 23h, com a luta programada para 0h30).

Popó desde o início se mostrou irritado com o tom do desafio de Michael e promete nocaute, mesmo enferrujado. “Você não tem ideia de como preparei, de como treinei. Trabalhei muito para bater nele”, afirma o hoje deputado federal, ao UOL Esporte.

Ele chegava a subir na balança com 59 kg para seus combates, mas desta vez luta no peso super meio médio (até 69,8 kgs). “Estou 3 kg acima do que eu chegava a ficar no dia das lutas. Estou muito mais forte para este combate”, completou, confiante.

Michael também se diz preparado para uma guerra. “A luta não vai ser fácil para o Popó, não! Ele foi um boxeador fenomenal, mas seus títulos não me impressionam. Enfrentar ele é um sonho, mas é ele quem tem a ganhar. Eu sou jovem, posso perder minha invencibilidade, mas bater em um velho não é vantagem nenhuma para mim”, atacou ele.

Popó e Michael são separados na idade por quase 15 anos, mas também tem histórias muito diferentes. O baiano dormiu no chão até a conquista de seu cinturão mundial, em 1999, quando enfim comprou uma sonhada casa para sua mãe. Já o jovem foi criado desde bebê nos Estados Unidos e teve o investimento de seu pai para seguir a carreira de pugilista, em vez de privilegiar caminhos mais comuns dos mais abastados, como uma faculdade, por exemplo.

Ambos concordam, no entanto, que a chance é de tentar reacender a paixão dos fãs de boxe. “A importância desta luta não é só pelo pedido do meu filho, mas também é uma forma de dar alegria a quem gosta do boxe brasileiro, que se apagou depois que eu parei”, diz Popó.

O rival adiciona, admitindo a importância de lutar com uma estrela dos ringues: “Precisamos trazer o boxe de volta ao Brasil e sei que, qualquer seja o resultado, será uma abertura para eu entrar no coração dos brasileiros e me tornar conhecido da torcida.”

Tetracampeão mundial, Popó totaliza em sua carreira 40 combates, com apenas duas derrotas. Ele chegou a ter 29 nocautes consecutivos na carreira, atingindo os cinturões dos superpenas e dos leves em 12 anos como profissional.

Depois de aposentado, resolveu rumar para a política. Foi secretário dos esportes em Salvador e na última eleição tornou-se deputado federal. Segundo ele, a divisão entre treinos e votações para este combate não se repetirá e após o compromisso ele retomará o terno e gravata. “Depois disso volto a ser deputado em 100% do tempo. Tomei gosto por este trabalho e quero fazer muitas coisas pelo nosso esporte”, disse ele.

Já Michael iniciou a carreira como pugilista profissional precocemente e aos 22 anos já soma 17 vitórias, com 12 nocautes. Ele tem a maior parte de seu cartel construído nos Estados Unidos, mas realizou três combates no Brasil, em 2010 e 2011, como forma de ser conhecido no país natal. O pugilista tem tentado reduzir gradativamente o peso, para tentar obter maior sucesso em categorias inferiores, já que mede apenas 1,75 m – Popó tem 1,68 m.
 

 

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