Cerca de 450 mil alunos estão sem aula em MS
Paralisação é para forçar os governos (estadual e municipal) a aderirem ao Piso Nacional dos Professores, R$ 1.461,00
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Paralisação é para forçar os governos (estadual e municipal) a aderirem ao Piso Nacional dos Professores, R$ 1.461,00
Cerca de 350 mil alunos da rede estadual de ensino estão sem aula em Mato Grosso do Sul. Além deles, em Campo Grande, mais 100 mil da rede municipal também estão sem atividades desde a manhã desta quarta-feira (14) e seguem assim até sexta-feira (16).
Segundo os grevistas, o objetivo da paralisação é forçar os governos (estadual e municipal) a aderirem ao PNE (Plano Nacional de Educação), que determina que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) sejam destinados à educação, além do cumprimento do Piso Nacional dos Professores, R$ 1.461,00.
No âmbito municipal, a cobrança é também pela ampliação da hora atividade do professor, destinando 1/3 da carga horária ao planejamento das aulas e a aplicação do valor do piso para uma jornada de 20 horas.
O presidente da ACP (Associação Campo-grandense dos Professores), Geraldo Alves Gonçalves, que está reunido com cerca de 300 professores na entidade informou que aproximadamente 70% dos três mil professores da rede municipal de ensino aderiram à greve. Segundo ele, mais quatro mil professores da rede estadual de ensino estão parados em Campo Grande.
Gonçalves disse que recebe nesta manhã a Comissão de Educação da Câmara Municipal de Campo Grande, composta pelos vereadores Silveira (PSDB), professora Rose (PSDB) e Marcelo Bluma (PV). Eles irão conversar com os professores e buscar formas de encontrarem um consenso.
O professor de matemática Paulo Reis, que estava na ACP, disse que é muito importante destinarem 1/3 da carga horária para o planejamento das aulas. “Geralmente o professor tem que trabalhar três períodos e com isso fica sem tempo para preparar a aula”.
Já o diretor do Joaquim Murtinho, Lucílio Souza Nobre, disse que o aumento salarial é fundamental para dar condições ao trabalho do professor. “è preciso mudar, principalmente porque o MEC (Ministério da Educação) cora dos professores a melhora da nota no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).”
Piores salários
Em Mato Grosso do Sul os piores salários paga a professores da rede pública são em Jardim (R$1.033), Nioaque (R$1.039), Bataiporã (R$ 1.064), Sonora (R$ 1.071) e Jateí (R$ 1.082).
Violência nas escolas
Outro problema apontado pelos professores é a violência contra eles por parte dos alunos.
Paulo Reis disse que a indisciplina é muito grande e que a violência verbal é a mais constante. Ele ainda disse que conhece casos de professores que levaram chutes e socos de alunos.
Para Lucílio, o problema está porque família, estado e escola precisam trabalhar em conjunto nesta questão. Segundo ele, se um falhar o problema acontece.
Agenda greve
Dia 14 – Municípios realizarão atividades como panfletagem, passeatas e assembleias.
Dia 15 – Trabalhadores em educação realizarão uma grande passeata em Campo Grande (Concentração 8h – Praça do Rádio) e homenagem às prefeituras que concedem 1/3 de hora-atividade para planejamento de aulas.
Dia 16 – Municípios debaterão questões relacionadas ao PNE.
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