Catadores protestam e exigem garantias de trabalho com fechamento do lixão
Na tarde dessa quarta-feira, 14, os catadores do lixão de Campo Grande impediram que representantes do consórcio vencedor do processo licitatório do serviço de limpeza e manejo dos resíduos sólidos fechassem o local e fizessem cadastratamento dos trabalhadores. Eles exigiram a presença de representantes para conversar sobre o destino deles. Aproximadamente 100 pessoas se reunira…
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Na tarde dessa quarta-feira, 14, os catadores do lixão de Campo Grande impediram que representantes do consórcio vencedor do processo licitatório do serviço de limpeza e manejo dos resíduos sólidos fechassem o local e fizessem cadastratamento dos trabalhadores. Eles exigiram a presença de representantes para conversar sobre o destino deles.
Aproximadamente 100 pessoas se reuniram na portaria de acesso ao lixão e questionaram os dois representantes da Solurb (consórcio vencedor da licitação) sobre o que seria feito com o cadastratamento que estavam orientados a fazer e quais garantias tinham depois do fechamento do lixão. Como os funcionários não souberam responder, os catadores deram uma hora para que superiores fosse ao local dar explicações.
O superintendente da Solurb Élcio Terra foi ao local acompanhado de assessores. Ele explicou que o consórcio tem responsabilidade em relação ao lixão. Quanto aos catadores ele disse ter boa vontade. Na prática, Élcio disse que existe a pretensão de atender aos catadores, porém é preciso entrar num acordo que na sua visão pode não agradar a todos, mas a maioria.
Os trabalhadores questionaram que após o dia 21 desse mês o lixão será fechado para os catadores. A preocupação deles é exatamente essa: qual será o destino deles já que existe um barracão de uma cooperativa de reciclagem ao lado do lixão, mas que não vai absorver todo mundo que hoje trabalha fazendo coleta.
Élcio Terra afirmou que estão em estudo algumas alternativas, entre elas a capacitação daquele que se interessar a fazer parte de uma cooperativa. Além disso, alguns serão aproveitados na varrição das ruas e também no serviço de coleta. “ninguém vai ter ficar sem ter oportunidade de tirar seu sustento”, disse Élcio.
O superintendente foi rebatido por representantes dos catadores. Eles afirmam que os catadores não estão no lixão por falta de opção, inclusive alguns deles possuem profissão. “Tem gente aqui que tem profissão mas se estivesse nela estaria ganhando pouco. Aqui, tiramos em média R$ 80,00 por dia”, disse Rodrigo Leão Marques, que trabalha há quatro anos no lixão da Capital.
existe uma associação dos catadores do lixão da Capital. A preocupação da entidade que congrega 52 associados e suas famílias é saber o que pode acontecer a partir de 21 desse mês quando vence o prazo pra fechar o local. Um dos pedidos é para que seja autorizado o trabalho no local até janeiro do próximo ano. “Queremos saber quantos caminhões serão destinados para nosso trabalho porque hoje são 58 de dia e mais 58 a noite”, questiona o vice-presidente da entidade Sérgio Rodrigues de Souza, o Gauchinho.
Reunião
Nessa quarta-feira aconteceu o primeiro encontro entre representantes da Solurb e os catadores. Na conversa ficou definido que amanhã, quinta-feira, haverá uma reunião entre representantes da Solurb e da prefeitura com os catadores.
De acordo com Élcio Terra, o objetivo é discutir o assunto pertinente aos catadores e também compradores de materiais recicláveis retirados do lixão. Bem como explicar quais são os tópicos dispostos no contrato entre a Solurb e o município que diz respeito diretamente a coleta e destinação do lixo na Capital. O evento vai ser no próprio lixão, entre as 14h e 17h.
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