Campo Grande é a quinta capital do país com maior número de obesos

A população masculina está mais gorda que a feminina, 19,9% dos homens estão obesos, enquanto que 16,3% das mulheres também

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A população masculina está mais gorda que a feminina, 19,9% dos homens estão obesos, enquanto que 16,3% das mulheres também

Andando pelas ruas da Capital Morena é fácil observar o que o levantamento divulgado nesta terça-feira (10) pelo Ministério da Saúde apontou: Campo Grande está entre as cinco capitais (Macapá, Porto Alegre, Natal e Fortaleza) com o maior número de obesos do país.

Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, 18,1% da população campo-grandense é considerada obesa, ou seja, está com o IMC (Índice de Massa Corpórea) acima de 35. A população masculina está mais gorda que a feminina, 19,9% dos homens estão obesos, e 16,3% das mulheres também.

Em relação ao sobrepeso, IMC entre 30 e 34,9, os números são ainda mais preocupantes. Metade dos campo-grandenses, 49,3% está com sobrepeso. Sendo que 55,3% são homens e 43% mulheres.

Já no país, o excesso de peso e a obesidade aumentaram seis pontos percentuais nos últimos seis anos. A proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.

Os campo-grandenses também não estão entre os que mais gostam de exercitar. Segundo a mesma pesquisa, somente 31% da população da Capital afirma ter o hábito de se exercitar nas horas livres. Os florianopolitanos são os que mais se exercitam 36% da população, já os que menos se exercitam são os porto-velhenses, 26%.

Motivos

A falta de exercício físico é um dos pontos apontados por Taís Morelli, nutricionista, para explicar o aumento de sobrepeso da população. Segundo ela, o sedentarismo e a má alimentação são os principais fatores que levam ao acúmulo de gordura no corpo.

A profissional conta que quando as pessoas chegam ao consultório é porque já estão acima do peso. “As pessoas não procuram ter uma nutrição saudável, como medida preventiva, eles vem aqui quando o problema já está instalado. A nutrição como tratamento”.

Aí o problema é a mudança de hábitos. “A pessoa já tem maus hábitos, nunca cuidou da alimentação. A alimentação interfere em tudo, no humor, no convívio social. É preciso mudar para emagrecer”.

Liziane Berrocal, jornalista, conta que nasceu gorda, com 4 kg, e para perder peso tem se esforçado e mudado muita coisa no dia a dia. Com 12 kg a menos, Berrocal conta que tem se exercitado, não com a freqüência que gostaria, por causa da vida corrida, mas a alimentação não descuida como antes.

A mudança já trouxe resultados. Ela conta que apesar da saúde ter sido sempre boa, nunca teve problemas de pressão, diabetes, ou qualquer outro relacionado à obesidade, a disposição com tudo melhorou, principalmente na hora de namorar. “Quem ganhou mesmo foi o namorado”, brincou.

Os irmãos Gustavo Fontoura, 28 anos, e Marcelo Fontoura, 20 anos, que estão acima do peso o problema está na disciplina. Gustavo conta que não tem disciplina para se exercitar, e menos na ainda para se alimentar. O resultado vem sendo apontado na balança.

Já Marcelo diz que precisa de estímulo. “Falta alguém para me acompanhar para afzer exercícios, e cuidar da alimentação”, concluiu o jovem.

Envelhecimento

O envelhecimento também tem forte influência nos indicativos de sobrepeso femininos. Um quarto das mulheres entre 18 e 24 anos está acima do peso (25,4%). A proporção aumenta 14 pontos percentuais na próxima faixa etária (25 a 34 anos de idade), atingindo 39,9% das mulheres, e mais que dobra entre as brasileiras de 45 a 54 anos (55,9%).

O aumento exponencial dos percentuais de obesidade em curto espaço de tempo também assusta. Se entre os homens de 18 a 24 anos, apenas 6,3% são obesos, entre os de 25 e 34 anos, a frequência de obesidade quase triplica (17,2%).

Doenças relacionadas

Pessoas obesas também têm mais chance de sofrer com doenças cardiovasculares, principalmente isquêmicas (infarto, trombose, embolia e arteriosclerose), além de problemas ortopédicos, asma, apneia do sono, alguns tipos de câncer, esteatose hepática e distúrbios psicológicos

Homens são mais ativos

Os homens são mais ativos: 39,6% se exercitam regularmente. Entre as mulheres, a frequência é 22,4%. O percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16%, em 2009, para 14,1%, em 2011. Em 2009, 16% dos homens foram classificados como fisicamente inativos.

No entanto, a tendência percebida é de aumento de sedentários com o aumento da faixa etária. Se 60,1% dos homens entre os 18 e 24 anos praticam exercícios como forma de lazer, este percentual reduz para menos da metade aos 65 anos (27,5%). Na população feminina, as proporções são semelhantes em todas as faixas etárias, variando entre 24,6% (entre 25 e 45 anos) e 18,9 % (maiores de 65 anos).

A pesquisa

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o resultado desse levantamento mostra que é necessário continuar investindo em ações preventivas, sobretudo aos mais jovens. “Com o resultado desse levantamento nós conseguimos resultados que permitem aprimorar nossas políticas públicas, que são essenciais para prevenir uma geração de pessoas com excesso de peso”, disse o ministro durante o anúncio, nesta terça-feira (10), dos resultados da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo.

Para o estudo foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal, entre janeiro e dezembro de 2011.

Veja tabela com dados sobre excesso de peso e obesidade

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