Embora o mundo não tenha exibido sinais de chegar ao fim na sexta-feira (21), o calendário maia é notoriamente complicado. Um pesquisador alemão diz que 24 de dezembro poderia ser o grande dia. Mas os maias nunca foram particularmente bons em fazer previsões.

“2012 foi um ano muito interessante para a pesquisa maia”, diz Nikolai Grube, da Universidade de Bonn, um dos principais especialistas em civilizações avançadas mesoamericanas. Mas o interesse não tinha nada a ver com o 21 de dezembro.

Em sítios arqueológicos em Xultun, na Guatemala, por exemplo, os pesquisadores descobriram a sala de um escriba, uma descoberta particularmente interessante, segundo Grube. As paredes da sala estavam cobertas com números e imagens. Eram cálculos de calendário que confirmam que os maias operavam com numerosos ciclos astronômicos, incluindo os de Marte, de Vênus e de Mercúrio. Eles também tentavam prever eclipses solares e lunares.

Há muito se sabe do profundo interesse dos maias por astronomia, assim como o uso dos ciclos planetários no chamado período pós-clássico, a mesma era em que foi criado o famoso Códice de Dresden. Mas a sala do escriba em Xultun confirmou a suspeita de que essa atividade começou muito antes. As escritas nas paredes se originaram a partir do ano 814.

Os cientistas também se ocupavam com o final dos tempos em 2012: não o fim do mundo, mas o da cultura maia. Sua queda ocorreu nos séculos 9 e 10. Longas secas levaram ao fracasso das plantações e a uma grande fome, que contribuíram para o colapso da civilização. Se o sistema político maia já não estivesse à beira do colapso, eles poderiam ter sobrevivido.