Bruno é ‘anti-herói’ que matou por mesquinharia, diz promotor

O promotor de Justiça do Tribunal do Júri do Fórum de Contagem (MG), Henry Wagner Vasconcelos Castro, disse que o goleiro Bruno de Souza matou a ex-amante Eliza Samudio por “mesquinharia” e que achava que sairia impune por ser uma pessoa famosa e que tinha dinheiro. De acordo com Castro, Bruno – a quem chamou […]

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O promotor de Justiça do Tribunal do Júri do Fórum de Contagem (MG), Henry Wagner Vasconcelos Castro, disse que o goleiro Bruno de Souza matou a ex-amante Eliza Samudio por “mesquinharia” e que achava que sairia impune por ser uma pessoa famosa e que tinha dinheiro. De acordo com Castro, Bruno – a quem chamou de anti-herói – e os outros seis réus do processo serão condenados no julgamento a ser realizado no próximo dia 19, mesmo que os restos mortais de Eliza não tenham sido localizados.

“Um sujeito que não obstante ter acesso a todos os bens da vida, a todos os benefícios da vida, um jogador de futebol na iminência de uma contratação milionária (para o Milan, com salário de R$ 500 mil mensais, segundo o próprio Bruno), veio a cometer por mesquinharia um crime bárbaro”, afirmou o promotor.

Para Castro, a condenação do goleiro deverá servir de exemplo para que outros crimes semelhantes não aconteçam. “Ele é um anti-herói, um falso ídolo, que espero que o júri, inclusive, tenha a percepção da necessidade da condenação desse sujeito para um exemplo dessa geração, para que este tipo de mal não se reproduza na percepção dos jovens. Porque nós não podemos aceitar que os jovens compreendam que, bastando ter dinheiro e sabendo fazer bem feito um crime, é possível que um criminoso escape da repressão da Justiça”, disse.

O promotor ainda rebateu a argumentação da defesa dos réus de que, uma vez que o corpo de Eliza nunca foi encontrado, não há provas materiais de que ela tenha sido morta. “A afirmação de que sem corpo não haveria como se provar o crime é uma afirmação mentirosa, falaciosa, sofismática, por parte das defesas dos acusados. Observemos bem que essa afirmação é tão desprovida de senso diante das demais provas que há no processo que induzem diretamente à prova da realidade deste crime de homicídio, que não somente um defensor de Bruno, doutor (Claudio) Dalledone abandonou o processo justamente por discordar dessa tese, como ainda o atual defensor dele (Rui Pimenta) tem afirmado que, de fato, Eliza foi assassinada, porquanto busca ele afirmar que o Bruno de nada tinha conhecimento”, disse.

Castro afirmou ainda que não dará margens para que os advogados de defesa dos réus “aprontem” durante o julgamento, previsto para durar três semanas. “Não haverá um circo, haverá um julgamento. Eu tenho certeza que, a depender da conduta do Ministério Público e da presidência da meritíssima juíza doutora Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, nós teremos um julgamento sereno e sóbrio. As provas serão adequadamente (apresentadas) pelas partes aos jurados e, ao final, os jurados assumirão, com toda tranquilidade, o seu veredito”, concluiu.

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