Após um golpe de Estado na Guiné-Bissau na última quinta-feira, um grupo de brasileiros que estava em missão humanitária deve deixar o país africano a partir de quarta-feira. Segundo o Itamaraty, a embaixada brasileira recebeu a informação de que o espaço aéreo foi reaberto na noite de segunda-feira.

Ontem, os chefes militares da Guiné-Bissau anunciaram em um comunicado que estavam fechados os espaços aéreo e marítimo. A decisão foi tomada após Portugal anunciar o envio de uma força naval com o eventual objetivo de retirar cidadãos portugueses e de outras nacionalidades da antiga colônia.

O Itamaraty informou nesta terça-feira que entrou em contato na última sexta-feira com os 300 brasileiros na Guiné-Bissau registrados junto à embaixada para verificar a situação em que se encontravam. Foram repassados contatos para que os cidadãos entrassem em contato com a representação diplomática brasileira caso tivessem algum problema no país.

Entre os brasileiros, está um grupo de cerca de 10 pessoas que participavam desde o dia 9 de abril de uma missão humanitária promovida por uma igreja da Grande Florianópolis (SC). Segundo a família do casal Estela Mônica Gimenez Falcão Martins, 33 anos, e Isaac Martins, 39 anos, os dois entraram em contato via na segunda-feira e afirmaram que a situação estava mais amena. Os missionários estavam em um hotel e tinham alimentação disponível.

Conforme a família, a embaixada na Guiné-Bissau informou que o aeroporto estava retomando o funcionamento. A previsão é que os missionários deixem o país africano na quarta-feira ou na quinta-feira, em um voo para Portugal.

O golpe na Guiné-Bissau aconteceu enquanto o país estava em processo eleitoral para a segunda rodada das eleições presidenciais, marcadas para 29 de abril. Os golpistas afirmaram que atuam contra um suposto “acordo secreto” entre Guiné-Bissau e Angola – que tem 200 soldados envolvidos com uma ajuda na reforma do Exército guineano – que ameaçaria a soberania nacional. A Junta Militar anunciou no domingo a dissolução de todas as instituições do país e a criação de um Conselho Nacional de Transição.