A Seleção Brasileira que se prepara para disputar a Copa do Mundo de 2014 no país terá mais um teste nesta quarta-feira, no Estádio Serra Dourada, em ânia. Diante dos recentes protestos contra as más atuações da equipe verde e amarela, o time comandado por Mano Menezes terá que superar ninguém menos que a arquirrival Argentina – de quem é freguês do time titular e que estará com uma formação totalmente reserva – para evitar vaias e ganhar vantagem no duelo de ida do Superclássico das Américas.

A participação de uma “Argentina B” no confronto desta quarta se deve graças ao regulamento da competição, que pede atletas convocados que atuem apenas por algum dos dois países. Com isso, o Brasil jogará com uma formação mista, mas próxima à sua titular, já que alguns de seus principais jogadores na atualidade atuam no País, como é o caso dos atacantes Neymar e Lucas, de Santos e São Paulo, respectivamente.

“O Brasil é uma equipe muito poderosa, que vem jogando junto através dos amistosos, nos Jogos Olímpicos. Tem jogadores de 50 milhões de euros que ainda estão no País, como o Lucas que vai no fim do ano, e o Oscar que já se foi. No Brasil há um mercado interno mais poderoso. As últimas oito finais de Libertadores tiveram brasileiros, por isso vamos ter um pouco de cautela, mas sempre com confiança no futebol argentino”, analisou o técnico argentino Alejandro Sabella.

No caso da Argentina, basta comparar os recentes duelos da equipe pelas Eliminatórias do Mundial de 2014. Contra o Paraguai, o penúltimo e mais importante compromisso até aqui, os argentinos entraram em campo com uma equipe que constava com apenas um atleta convocado para o Superclássico: o meio-campista Braña, do Estudiantes, que deve voltar a entrar na primeira equipe nesta quarta.

Romero (Sampdoria-ITA), Campagnaro (Napoli-ITA), Fernández (Napoli-ITA), Garay (Benfica-POR), Rojo (Sporting-POR), Gago (Valencia-ESP), Di María (Real Madrid-ESP), Messi (-ESP), Lavezzi (PSG-FRA) e Higuaín (Real Madrid) completavam a escalação na ocasião, em confronto que terminou com triunfo para os argentinos por 4 a 1. Por isso, a força do time argentino desta quarta ainda é uma incógnita.

“Provavelmente o Sabella vai posicionar a Argentina de forma diferente da seleção principal, porque o Sabela posiciona a questão tática em questão dele, então penso que obedece as características do enfrentamento do Superclássico do ano passado, com linha de três defensores, linha de cinco às vezes, ainda jogou com um homem de referência, dois meias chegando, e possui jogadores atuando no Brasil com características mais marcantes”, definiu Mano Menezes, se referindo a Guiñazu, Martínez, Barcos e Montillo.

Para piorar, a Seleção Brasileira de Mano Menezes foi derrotada nas duas partidas contra a Argentina principal e só conseguiu vencer a equipe reserva dos rivais, também pelo Superclássico, mas do ano passado, quando Lucas e Neymar comandaram a vitória por 2 a 0, em Belém. Esse foi, aliás, o único triunfo do Brasil de Mano diante de um gigante do futebol mundial.

Os dois reveses contra o time titular argentino ocorreram em amistosos: o primeiro em Doha, no Qatar, em derrota por 1 a 0, com gol de Messi, e o segundo em Nova Jersey, nos EUA, por 4 a 3, com outros três de Messi. O camisa 10 não pode atuar no Superclássico das Américas e também não esteve no empate sem gols entre Argentina e Brasil pelo duelo de ida do torneio do ano passado, no que foi o outro encontro entre o arquirrival brasileiro e Mano.

“Às vezes o Sabella pode colocar um atacante a mais, com homem mais de lado e um meia chegando, mas temos que esperar. E a questão da marcação não é uma questão unilateral, você quer marcar adiantado. No ano passado fizemos isso bem, mas precisamos ver como o jogo vai se apresentar. Não vamos perder as características do futebol brasileiro”, explicou Mano Menezes diante do mistério da escalação de Sabella.

A expectativa é de casa cheia no Serra Dourada, mas existe a apreensão. Isso, porque o público de Goiás vaiou a Seleção no ano passado, após 0 a 0 morno contra a Holanda, em cena que se tornou constante para o time de Mano Menezes. O ápice dos protestos ocorreu há algumas semanas, em São Paulo, no 1 a 0 diante da África do Sul. Contudo, dias depois, no Recife o povo demonstrou apoio, especialmente pela goleada de 8 a 0 contra a China. Veremos na noite desta quarta como será a recepção em Goiânia.