Bovespa tem maior queda em 8 meses; dólar sobe novamente
A Bovespa teve mais um dia de perdas generalizadas nesta quinta-feira, com seu principal índice recuando ao menor patamar em quase sete meses, após a agência Fitch ter rebaixado o rating da Grécia, agravando o pessimismo dos mercados sobre os impactos de eventual saída do país da zona do euro. O Ibovespa amargou o oitavo […]
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A Bovespa teve mais um dia de perdas generalizadas nesta quinta-feira, com seu principal índice recuando ao menor patamar em quase sete meses, após a agência Fitch ter rebaixado o rating da Grécia, agravando o pessimismo dos mercados sobre os impactos de eventual saída do país da zona do euro.
O Ibovespa amargou o oitavo pregão seguido de queda, caindo 3,31%, a 54.038 pontos. Foi a maior baixa diária desde 22 de setembro, quando a queda foi de 4,8%, e a menor pontuação de fechamento desde 20 de outubro, de 54.009 pontos. O giro financeiro do pregão somou R$ 8,35 bilhões.
“Acho que é um movimento um pouco exacerbado, já virou um efeito manada”, disse Eduardo Dias, analista na Omar Camargo Corretora.
“Ibovespa a 55 mil pontos já era exagero; a 54 mil pontos, então, nem se fala. Para mim já chegou em ponto de compra”, afirma.
A crise política na Grécia e um possível contágio em países como Espanha e Itália segue impondo forte clima de cautela. Nesta tarde, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da Grécia de “B-” para “CCC”, citando o elevado risco de o país ter de sair da zona do euro.
“Por mais que se fale que Grécia está precificada, não está”, disse Newton Rosa, economista-chefe na Sul América Investimentos.
“Essa questão assusta investidores e pode provocar, em um primeiro momento, uma situação de retração dos fluxos de capitais de certa forma comparável a 2008.”
Mais cedo, também pesou sobre os mercados a preocupação com a situação dos bancos na Espanha e os dados mais fracos que o esperado nos Estados Unidos.
Indicadores antecedentes da atividade econômica norte-americana tiveram queda pela primeira vez em sete meses.
Em Wall Street, o Dow Jones fechou com queda de 1,24%. Mais cedo, o principal índice dos mercados acionários europeus encerrou com baixa de 1,15%.
Dentre as ações com maior peso no Ibovespa, a preferencial da Petrobras devolveu os ganhos da véspera e fechou em queda de 4,46%, a R$ 18,43 reais, enquanto a preferencial da Vale caiu 3,66%, a R$ 34,78. Os papéis da OGX tiveram baixa de 5,59%, a R$ 0,97.
Papéis de bancos também se destacaram entre as baixas do pregão, com Banco do Brasil recuando 4,9%, a R$ 19,40, e Bradesco com queda de 4,38%, a R$ 26,88.
“Além da degradação das expectativas lá fora, soma também contra essa intervenção do governo na economia e a mudança de discurso com relação aos bancos, e isso não está agradando muito aos investidores”, disse Sérgio Machado, sócio-gestor da Vetorial Asset.
Apenas dois dos 68 ativos que compõem o índice fecharam em alta: CCR Rodovias subiu 2,09%, a R$ 15,62, e MRV Engenharia avançou 1,66%, a R$ 9,81.
Dólar
O mercado de câmbio local bem que tentou, mas não resistiu à piora de humor externo. Depois de operar em baixa durante a maior parte do pregão, o dólar comercial fechou com alta de 0,20%, a R$ 2,006 na venda. Na mínima, a moeda foi a R$ 1,99 (queda de 0,60%).
Essa cotação é maior desde o começo de julho de 2009. Na semana, a moeda tem alta de 2,56%. O volume estimado para o interbancário é de US$ 1,6 bilhão. Pelo comportamento do cupom cambial (juro em dólar do mercado local), a maior parte do fluxo do dia teria sido de entrada.
Segundo operadores, a movimentação na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) foi bastante acirrada. Duas corretoras locais foram destaque de venda, o que impediu uma alta mais acentuada da moeda americana.
O dólar com entrega para junho ganhava 0,32%, a R$ 2,0135, antes do ajuste final. O contrato fez mínima a R$ 1,995. A oscilação “comportada” do dólar não é exclusividade do mercado local.
No câmbio externo, as variações também não foram muito acentuadas, conforme o euro e o Dollar Index (DXY), que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, testam linhas técnicas relevantes.
A moeda comum caiu 0,12% e fechou a US$ 1,27, antes disso, o euro testou o US$ 1,266, menor preço do ano. Já o DXY garantiu leve alta de 0,02%, a 81,44 pontos. A variação é pífia, mas está é a 14ª alta consecutiva do indicador.
Sequência de valorização não vista nem do auge da crise de 2008. As moedas não seguiram a movimentação do VIX, índice que mede a volatilidade das opções no mercado americano e é visto como um termômetro do medo do mercado, ou das bolsas.
O VIX subiu 8,17% e fechou aos 24,09 pontos, nova máxima para o ano. E nas bolsas, as perdas foram acentuadas. Dow Jones e Nasdaq caíram mais de 1% e, por aqui, o Ibovespa afundou mais de 3%.
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