A Bovespa fechou em baixa nesta terça-feira (24) pelo terceiro dia seguido, pressionada pela forte queda das ações da mineradora Vale (VALE5) e pelas preocupações sobre a situação da Espanha e o ritmo de atividade econômica global.

O Ibovespa, principal índice da Bovespa, fechou em baixa de 0,75%, aos 52.638,63 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 6,07 bilhões.
Em julho, a Bovespa acumula perdas de 3,16% e no ano, de 7,25%. Veja ainda no UOL a cotação das ações e fechamentos anteriores da Bolsa.

A moeda norte-americana fechou quase estável. A cotação do dólar comercial teve ligeira valorização de 0,09%, a R$ 2,044 na venda. Em julho, a valorização chega a 1,69% e no ano, a 9,38%.

Ações de destaque na Bovespa

O papel preferencial da Vale (VALE5.SA) caiu 4,69%, a R$ 35,15. Ainda entre as ações mais negociadas, a preferencial da Petrobras (PETR4.SA) caiu 0,9%, a R$ 18,79. OGX (OGXP3.SA), a petroleira de Eike Batista, perdeu 2,86%, a R$ 5,10.

Pão de Açúcar (PCAR4.SA) recuou 1,91%, a R$ 77,20, após a maior rede de varejo do Brasil ter informado lucro líquido de R$ 159 milhões no segundo trimestre e um crescimento menor das vendas no período.

Em sentido oposto, Itaú Unibanco (ITUB4.SA) subiu 3,39%, a R$ 30,19. Apesar do lucro menor, redução das previsões para expansão do crédito e novo pico de inadimplência no segundo trimestre, o banco agradou o mercado ao prever melhora da qualidade da carteira de empréstimos para a segunda metade do ano.

Mudança na direção da Vale

Fatores domésticos também pesaram na Bolsa paulista, com destaque para Vale, que na véspera anunciou a saída de seu diretor financeiro, Tito Martins, antes da divulgação do resultado trimestral.

“Uma mudança de diretoria tão próxima da divulgação do balanço deixa o mercado fica preocupado. Também tem a questão dos royalties, que deve sair em breve, tudo isso associado a um ambiente frágil para o crescimento global”, disse Aldabalde.

O lucro da Vale provavelmente atingiu seu nível mais baixo em mais de dois anos no segundo trimestre, como reflexo da desaceleração da economia chinesa e do enfraquecimento da moeda brasileira, apontou uma pesquisa da agência de notícias Reuters.

Preocupação com crise na Europa

“O ambiente continua ruim, com a Europa num estado crítico, e não estão surgindo expectativas de novos eventos que poderiam reverter essa situação”, disse Fernando Aldabalde, sócio-gestor da GS Allocation Investimentos no Rio de Janeiro.

O temor de que a Espanha estaria cada vez mais perto de pedir um resgate financeiro completo mais uma vez afugentou investidores de ativos considerados de risco.

Novos dados fracos de atividade manufatureira na Europa e nos EUA também contribuíram para o pessimismo dos mercados.

“Enquanto não houver algo que realmente mude esse cenário, o mercado continuará bem frágil”, afirmou Aldabalde.

Bolsas internacionais

As ações europeias caíram nesta terça-feira, estendendo as perdas acentuadas do dia anterior em um pregão instável, com investidores lidando com temores de que a Espanha possa precisar de um resgate integral e com expectativa de que bancos centrais proverão mais estímulos para ajudar economias em dificuldades.

As Bolsas de Valores asiáticas apresentaram leve melhora, com suporte de dados melhores da indústria chinesa, mas o euro continuou sob pressão conforme os elevados custos dos empréstimos espanhóis alimentaram os temores de um resgate.

O índice preliminar de gerentes de compras da indústria para a China subiu para uma máxima de cinco meses em julho, impulsionado por um salto no subíndice de produção e sinais de melhora em novos pedidos de exportação, o que ofereceu algum alívio aos mercados fragilizados.

O euro também recebeu um estímulo temporário antes de recuar para ficar perto de seu valor mínimo em dois anos contra o dólar e perto da mínima em 12 anos contra o yen.

A média de ações Nikkei do Japão também se estabilizou após ter caído para uma mínima de seis semanas mais cedo, e recuava 0,24%.

(Com informações da Reuters)