Bovespa avança quase 4% e dólar encosta em R$ 2,05

A Bolsa brasileira registrou forte alta nesta segunda-feira (21), impulsionada pelos papéis de maior peso, e o dólar encostou em R$ 2,05, com os operadores testando se o Banco Central voltaria a atuar no mercado de câmbio. Impulsionada pelas blue chips e pelas siderúrgicas, a Bovespa recuperou quase metade dos prejuízos acumulados na semana passada […]

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A Bolsa brasileira registrou forte alta nesta segunda-feira (21), impulsionada pelos papéis de maior peso, e o dólar encostou em R$ 2,05, com os operadores testando se o Banco Central voltaria a atuar no mercado de câmbio.

Impulsionada pelas blue chips e pelas siderúrgicas, a Bovespa recuperou quase metade dos prejuízos acumulados na semana passada (-8,30%). Os investidores aproveitaram o clima de trégua nos mercados externos para buscar “barganhas” no mercado.

O Ibovespa, principal índice de ações da Bovespa, fechou em alta de 3,81%, aos 56.590,24 pontos. No mês, o índice acumula prejuízo de 8,46% e no ano, de 0,29%. A ação preferencial da Petrobras (PETR4) avançou 6,97%, a R$ 20,40. Já a ação ordinária da Petrobras (PETR3) subiu 7,28%, a R$ 21,22.

A cotação do dólar comercial avançou 1,38%, a R$ 2,046 na venda –o valor mais alto desde 18 de maio de 2009 (R$ 2,076),  No mês, a moeda norte-americana acumula valorização de 7,30% sobre o real. No ano, a alta é de 9,52%.

Segundo operadores, houve um movimento especulativo no mercado, que testou se o Banco Central voltaria a atuar. Na sexta-feira, quando o dólar chegou a subir mais de 2% e atingiu R$ 2,05, a autoridade monetária anunciou um swap cambial tradicional, fazendo a moeda reduzir o ganhos. O BC vendeu todos os 13 mil contratos de swap que ofertou.

Ações de destaque na Bovespa

As ações de peso impulsionaram a alta do índice. A preferencial da Vale (VALE5) subiu 3,22%, a R$ 36,85, e a preferencial da Petrobras (PETR4) avançou 6,97%, a R$ 20,40. Já a ação ordinária da Petrobras (PETR3) subiu 7,28%, a R$ 21,22. A OGX (OGXP3), de Eike Batista, teve alta de 7,03%, a R$ 12,34.

No plano corporativo, as siderúrgicas estavam entre os destaques de alta do Ibovespa, com investidores esperançosos de novas medidas de estímulo econômico na China.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) subiu 5,94%, a R$ 13,91, enquanto Gerdau Metalúrgica (GOAU4) avançou 7,10%, a R$ 20,83. Usiminas (USIM5) teve alta de 3,73%, a R$ 9,74.

Ajustes internos e olho na Europa

“O mercado está fazendo apenas um ajuste técnico hoje, após as perdas da semana passada”, afirmou Luiz Roberto Monteiro, operador na Renascença.   

“Mas ainda é cedo para falar se essa alta é uma reversão de tendência ou não, por enquanto ainda há muita incerteza pela frente, pelo menos até as eleições na Grécia em 17 de junho”, disse Monteiro.

No fim de semana, a cúpula do G8 defendeu a manutenção da Grécia na zona do euro e prometeu tomar todas as medidas necessárias para revitalizar as economias do bloco, embora não tenham sido apresentadas medidas específicas.

Além da Grécia, a Espanha também continua no foco dos investidores. Nesta segunda-feira, a Espanha informou que atingirá as metas de deficit este ano, apesar de projetar nova contração da economia no segundo trimestre.

Bolsas internacionais

As principais Bolsas europeias fecharam em lados opostos, com ganhos em Londres, Frankfurt e Paris, e perdas em Madri e Milão, em um mercado prudente com relação à situação da zona do euro e digerindo os resultados da reunião do G8, de sexta-feira e sábado.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 dos principais valores subiram 0,70%, a 5.304,48 pontos. Em Frankfurt, o Dax recuperou 0,95%, a 6.331,04 pontos. O CAC 40 da Bolsa de Paris ganhou 0,64% e fechou aos 3.027,15 pontos. Já em Madri, o Ibex 35 perdeu 0,65%, a 6.524,00 pontos. O FTSE MIB da Bolsa de Milão também recuou, em queda de 0,28%, fechando aos 13.012,04 pontos.

Os mercados da Ásia recuperaram algum terreno com a busca por ativos considerados baratos após as fortes quedas da semana passada, mas investidores continuaram cautelosos com a zona do euro, apesar de líderes mundiais terem pedido a permanência da Grécia na zona do euro e que a Europa equilibre austeridade com crescimento.

O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,4%, após atingir a sétima semana consecutiva de perdas na semana passada, o seu período mais longo de perdas desde o terceiro trimestre de 2011.

Mas o nervosismo dos investidores impediu o iene, amplamente visto como um lugar seguro, de aliviar de sua maior alta contra o dólar em três meses, a 79,001 ienes, na sexta-feira. O iene ficou em 79,18 nesta segunda.

A Bolsa de Cingapura teve alta de 0,40%, a 2.790 pontos, assim como Taiwan, que subiu 0,57%, enquanto Hong Kong teve variação negativa de 0,16%. O índice referencial de Xangai subiu 0,16% e Sydney teve alta de 0,67%.

Com informações de AFP e Reuters.

 

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