Barrichello fica sem vaga após 19 temporadas e deve encerrar carreira
A confirmação do contrato de Bruno Senna com a Williams para 2012 deve encerrar a longa carreira de Rubens Barrichello na F1. Assim como acontecera no fim de 2008, quando a Honda desistiu da principal categoria do automobilismo, Barrichello novamente se viu em busca de um lugar para permanecer no Mundial. Diferentemente do ocorreu naquela […]
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A confirmação do contrato de Bruno Senna com a Williams para 2012 deve encerrar a longa carreira de Rubens Barrichello na F1. Assim como acontecera no fim de 2008, quando a Honda desistiu da principal categoria do automobilismo, Barrichello novamente se viu em busca de um lugar para permanecer no Mundial. Diferentemente do ocorreu naquela oportunidade, agora as chances do brasileiro foram totalmente minadas pelo forte apoio financeiro por trás de Senna no que diz respeito à equipe inglesa, onde, na prática, era o único lugar disponível para que Rubens permanecesse na F1.
O curioso é que a situação é quase uma repetição do aconteceu entre os dois naquele mesmo fim de 2008, quando Bruno tentava assegurar uma vaga na equipe da montadora japonesa, antes da derrocada dos nipônicos. Aí chegou Ross Brawn, que adquiriu o que restou do time, deu seu nome à nova escuderia e optou por Rubens. Barrichello ficou por lá no único ano de existência da equipe, que depois, já campeã, se tornaria a Mercedes.
A oportunidade na Brawn, na verdade, fez com que Barrichello ganhasse uma nova chance na F1. E ela veio por meio da Williams. Foram duas temporadas. Em 2010, o brasileiro terminou o Mundial com 47 pontos e um décimo lugar, sendo o melhor resultado o quarto posto no GP da Europa, em Valência. A temporada passada, entretanto, foi desastrosa.
A equipe de Grove levou à pista um carro pouco competitivo, e isso se traduziu no pior campeonato da história do tradicional time britânico. Barrichello finalizou o ano com um magro 17° lugar na classificação e apenas quatro pontos. A falta de resultados provocou uma reestruturação dentro da Williams, com a substituição de alguns nomes importantes do staff técnico. Pelo lado dos pilotos, Pastor Maldonado, apoiado pela forte PDSVA, garantiu um cockpit, assim como Bruno Senna, que tem um sólido aporte financeiro da empresa OGX de Eike Batista e Embratel.
Um pouco antes do anúncio da Williams, na manhã desta terça-feira (17), Barrichello usou sua conta no Twitter para também confirmar que estava fora da equipe inglesa e desejou sorte a Senna. “Não estarei guiando o carro da Williams este ano… Desejo ao meu amigo Bruno Senna muita sorte. O futuro está em aberto…”, escreveu.
No ano em que completa 40 anos e com 19 campeonatos no currículo, Barrichello se vê próximo de colocar um ponto final em sua sólida participação na F1 e sem uma despedida à altura de sua carreira.
A carreira
Ao longo das 19 temporadas na F1, Rubens Barrichello passou por seis equipes. A estreia no Mundial aconteceu em 1993 no GP da África do Sul. Em quatro campeonatos pela equipe de Eddie Jordan, o melhor resultado foi o sexto lugar no Mundial de Pilotos em 1994.
Ainda neste mesmo ano, o brasileiro viveu momentos de drama e glória. Drama no dia 29 de abril, quando o piloto sofreu um grave acidente nos treinos do GP de San Marino, em Ímola, no mesmo fim de semana marcado pelas as mortes de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna. Uma etapa antes, em Aida, no Japão, Rubens celebrou seu primeiro pódio na categoria. Refeito do susto, em setembro, na Bélgica, Barrichello conquistou a sua primeira pole-position na F1.
Rubens ficou na Jordan até 1996, quando recebeu convite para se transferir para a novata Stewart. O brasileiro deixou a equipe irlandesa em baixa, já que seu então companheiro de time, Eddie Irvine, havia sido escolhido para formar dupla com Michael Schumacher na Ferrari um ano antes, ocupando o posto cobiçado por Barrichello. Na recém-criada equipe de Sir Jackie Stewart, o piloto teve momentos de altos e baixos. O time escocês teve seu melhor ano em 1999, com uma vitória em Nürburgring. Entretanto, o êxito não foi logrado pelo paulista, mas, sim, por Johnny Herbert. No mesmo ano, Barrichello obteve sua segunda pole na carreira, no GP da França, em Magny-Cours.
Contando com os bons resultados no Mundial de 1999, finalmente Barrichello teve a oportunidade de guiar o carro de uma equipe grande na F1. No fim daquele ano, o brasileiro foi confirmado na poderosa Ferrari como substituto de Irvine, sendo o primeiro piloto brasileiro a ser titular na tradicional escuderia de Maranello —- Roberto Moreno exerceu a função de test-driver nos anos 80. Já em dezembro, Rubens testou o mítico carro vermelho em Fiorano, criando a expectativa de uma boa temporada a partir do ano seguinte.
E foi mesmo a bordo do carro vermelho que o paulista celebrou a primeira vitória na carreira na F1. O triunfo veio de forma dramática no GP da Alemanha, na pista de Hockenheim, em 2000. E foi também pela equipe italiana que Barrichello protagonizou um dos episódios mais polêmicos da principal categoria do automobilismo, ao abrir caminho na última volta, a pedido da Ferrari, para a vitória de Michael Schumacher no GP da Áustria em 2002.
Apesar da passagem conturbada pela escuderia de Maranello, Barrichello conquistou seus dois melhores resultados na F1 com o time. Foram dois vice-campeonatos, em 2002 e 2004, anos quem a equipe italiana dominou a F1, com a conquista de cinco dos sete títulos de Schumacher. Em 2006, Rubens assinou com a Honda, tendo como companheiro de equipe Jenson Button. A vida na equipe nipônica não foi das mais fácies, já que os japoneses não conseguiram conceber carros competitivos. Até que, no fim de 2008, a equipe decide deixar a F1 devido à grave crise financeira mundial.
Sem grandes alternativas para 2009, Barrichello se perto de uma aposentadoria forçada. Mas Ross Brawn, então diretor-técnico da Honda, adquire o que restou do time japonês e o transforma na Brawn. O carro é excepcional e inicia a temporada com um desempenho muito à frente das rivais. Button continua como companheiro de Barrichello e, com uma performance surpreendentemente superior, comanda a temporada com incríveis seis vitórias nas sete primeiras corridas naquela temporada.
Barrichello ainda ensaia uma reação, mas não o suficiente para brigar de igual para igual com o parceiro de equipe, que acaba garantindo o título no fim daquele ano. Na temporada seguinte, a Brawn é comprada pela Mercedes. Ambos os pilotos deixam a equipe. Button opta pela tradicional McLaren, enquanto Rubens assina com a Williams.
Ao todo, Barrichello é dono do recorde de maior número de GPs na F1, totalizando 322 largadas. Possui 11 vitórias na categoria e 14 poles, além de 68 pódios.
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