Barbearia Salão Brasil fecha as portas após 16 anos de atendimento

Mais que um simples barbeiro, para muitos, Campo Grande perde um grande amigo

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Mais que um simples barbeiro, para muitos, Campo Grande perde um grande amigo

Uma das profissões mais tradicionais está sendo extinta. Muitas barbearias fecham suas portas por conta da concorrência dos grandes centros de beleza e estética. Mas não é o caso da barbearia de Valdomiro Vieira, 67 anos, que atua há mais de 28 neste ramo em Campo Grande, e está indo embora para Aracaju, no estado de Sergipe, por motivos de saúde. 

Quarta-feira (12) foi o último dia de atendimento da barbearia, que se chama Salão Brasil, localizada há 16 anos na região central da Capital. “Este local faz parte da nossa história. Venho aqui praticamente todos os dias. Vou sentir muita falta do Miro”, disse o autônomo Feliciano Espinosa, de 55 anos, contando que perdeu as contas de há quanto tempo é cliente do estabelecimento. 
O barbeiro se sente orgulhoso com sua profissão. “Eu aprendi a ser barbeiro primeiro nos salões dos outros e agora, tenho meu próprio salão. Sou um dos poucos que mantém a profissão. Aqui em Campo Grande por exemplo, já podemos obervar que os barbeiros estão em extinção”, disse Valdomiro. 
O salão que atendia ao menos 15 pessoas por dia, passou a ficar vazio. Há um mês, Valdomiro dispensou todos os funcionários e na quarta (12), estava aguardando para vender os assentos do estabelecimento. No último dia de trabalho, ele aproveitou para se despedir de alguns amigos que fez no decorrer da jornada de trabalho.
 “Aprendemos a admirar o seu Miro ao longo de vários anos. Vou sentir muita falta dele. Sempre venho cortar o cabelo, no mínimo uma vez por mês. Mas a intenção é visitá-lo lá em Aracaju, provavelmente vou cortar o cabelo lá. Sou aposentado, viajo muito e faço questão de ir”, contou o ex-promotor Edmar Camargo, 67 anos.
Valdomiro contou que o destino o trouxe para Campo Grande. Em busca de uma vida profissional melhor, primeiramente, ele foi para o Paraná e depois, veio para Mato Grosso do Sul. 
Agora, depois de se sentir conterrâneo, Valdomiro resolveu partir por causa da sua esposa. “Ela sofre de Lupus e o clima daquela região é melhor. Quem diria que no nordeste faz menos calor do que em Campo Grande?”. 
Ele vai embora da cidade com o coração apertado e o seu único consolo é a família. “Aprendi a gostar daqui. A cidade é maravilhosa, é onde estão os meus companheiros e amigos. Mas tenho que ir por causa da minha esposa. Pelo menos, lá está toda a minha família”, desabafou o barbeiro.

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