Baixo desempenho de aluno pode ser reflexo da falta de afeto

Antes de rotular um estudante como um aluno-problema, educadores devem investigar as razões do baixo desempenho, que, muita vezes, se torna empecilho para o avanço da turma e do seu próprio desenvolvimento social e intelectual. Alunos que apresentam problemas de rendimento e socialização devem ser acompanhados por orientadores educacionais e terem seu histórico escolar investiga…

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Antes de rotular um estudante como um aluno-problema, educadores devem investigar as razões do baixo desempenho, que, muita vezes, se torna empecilho para o avanço da turma e do seu próprio desenvolvimento social e intelectual.

Alunos que apresentam problemas de rendimento e socialização devem ser acompanhados por orientadores educacionais e terem seu histórico escolar investigado para que haja um conhecimento mais aprofundado sobre seu perfil enquanto estudante.

Para a orientadora educacional da escola Pastor Dohms de Porto Alegre (RS), Vera Arlete Pereira, independentemente da idade do aluno, é necessário que haja um atendimento diferenciado. “Em caso de hiperatividade, é necessário que o aluno seja ocupado com mais atividades que o instiguem. No caso de um aluno com déficit de aprendizado, o professor deve se adequar às necessidades, não o excluindo da turma”, recomenda.

Na visão de Vera, é essencial que esse estudante se sinta integrado. “Esse aluno não deve ser afastado. Uma opção é que ele seja escolhido como ajudante do professor, por exemplo. O aluno deve se sentir parte ao grupo”, destaca. Em casos de grandes desvios de aprendizado ou conduta é necessária a intervenção dos pais.

Segundo Vera, é importante que haja um diálogo aberto entre pais e escola. “A questão dos limites deve ser trabalhada. A sintonia entre escola e família ajuda o aluno a assimilar a conduta correta, tornando o processo mais natural”, diz. Vera ressalta ainda que não existem casos perdidos. Mas que o apoio da família é essencial.

Orientador educacional e ex-Coordenador de Programas para Juventude do Governo do Estado de São Paulo, Maurício Sampaio observa que tanto pais quanto educadores devem evitar rotular uma criança. Taxá-la como “problemática” pode acabar por influenciá-la e, assim, afetar sua autoestima e consequentemente levá-la a perder o interesse.

Por fim, o aluno pode apresentar mais problemas de aprendizado e sociabilidade. “A ‘criança-problema’ é o aluno com desvios comportamentais, dificuldades de foco e aprendizado, mas isso não significa que ela tenha uma anomalia. Pode ser apenas desinteresse pela matéria ou professor”, destaca.

Contudo, acrescenta Sampaio, problemas sociais e familiares também devem ser levados em conta. “A falta de afeto influi nesse quadro. Atenção e carinho são essenciais. Uma criança com problemas de aprendizado pode se rebelar, apresentando problemas para chamar a atenção.

Problemas de sociabilidade e de aprendizado muitas vezes andam juntos. Para isso, feedback de pais e educadores é importante no processo para minimizar os problemas”, afirma Sampaio. Bem como Vera, Sampaio aponta o diálogo como passo inicial para uma ajuda ao aluno. “Traçar metas e objetivos junto a ela é importante para que a criança veja suas melhorias”, explica.

Porém, se todos esses cuidados não surtirem efeitos, Sampaio destaca a necessidade de um acompanhamento profissional. “Caso nenhuma das medidas ajude a criança, é necessária a procura de profissionais capacitados, como psicólogos, que podem diagnosticar problemas psicológicos e, por meio de acompanhamento ou medicação, ajudarem na melhora dessa criança”, frisa.

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